Aquela época do ano que você está muito ocupado para se ocupar com coisas com as quais você normalmente se ocuparia chegou. É tanta coisa para fazer, planejar. Os prazos estão chegando ao fim e uma tarefinha nova aqui e ali não poderia deixar de aparecer. Então, até mesmo algumas situações estressantes a gente acaba deixando de lado. Até porque, de onde tira tempo para resolver isso?
Apatia? Longe disso. Pressa! Não aquele tipo de pressa de quem tem opção de não ser apressado, mas aquele tipo de quem é obrigado a ser apressado. Eu, que nunca vi problemas em “deixar para amanhã”, notei que amanhã já vai estar lotado de coisas que não posso deixar para amanhã. Nesse imbróglio entre ontem, hoje, amanhã e semana que vem, quem disse que dá para pensar em quem falou o quê? Quem deixou de fazer aquilo que era para ser feito? Não importa se já está feito agora.
Sem tempo para sentir qualquer tipo de coisa ruim. Aliás, será que sentimentos são perda de tempo? Com certeza não. As forças das obrigações e até das não obrigações puxam de um lado para outro, a gente não sabe nem como agir. Mas deixar de lado o que não se quer deixar não deveria nem ao menos ser uma opção. Ou obrigação? Agora entendo: é automático, nesse processo de crescer e se ver levado pela maré. Os dias passam, não percebe? Mas não acho que precise ser assim. Existe uma opção. Apenas ainda não sei qual é.
