OS SUPERMERCADOS paulistas registraram em junho a maior elevação de preços mensal da história, com o impacto da greve dos caminhoneiros. De acordo com o IPS, calculado pela Apas (Associação Paulista de Supermercados) e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os produtos mais importantes da cesta de compras do consumidor subiram 3,55% no mês passado, em comparação com maio. O recorde anterior havia sido em junho de 2008, quando registrou aumento de 2,97%. Com este resultado, o acumulado de 2018 (deflação de 0,29%), agora apresenta inflação de 3,25%.
Embora os dados sejam referentes ao Estado de São Paulo como um todo, essa realidade também foi observada em Bragança e região. Após a alta dos preços no mês passado, a maioria dos produtos indica estabilização de valores.
Conforme amplamente divulgado pela mídia à época, caminhoneiros organizaram protestos e bloqueios em rodovias de todo o Brasil na segunda quinzena de maio. Houve dificuldades no abastecimento de diversos tipos de produtos, principalmente os hortifrutigranjeiros, que requerem reposição constante. Algumas avícolas chegaram a suspender o abate diante da impossibilidade de receber ração e de escoar a produção.
Somado a esse cenário, durante a greve dos caminhoneiros muitas pessoas, sem saber por quanto tempo a crise se prolongaria, correram para os supermercados para garantir os alimentos.
Toda essa situação culminou na alta dos preços ao longo de junho. É a chamada lei da oferta e da procura: se aumenta a demanda por determinado produto, seu preço tende a subir.
Produtos – Leite e aves foram os grandes vilões do mês de junho. O primeiro manteve a rota de intensa alta subindo 19% no mês e alcançando 36% no acumulado de 2018, segundo o IPS. Já as aves subiram 21% e anularam toda a queda de preço de 2018, uma vez que o produto estava em 14% de deflação por causa do embargo às exportações e chegou; agora, a alta é de 4% no ano. Os ovos subiram 9% em junho. Carnes bovinas e suínas tiveram alta de mais de 7% cada.