A AGÊNCIA Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou resolução que determina a eliminação da gordura trans nos alimentos industrializados no Brasil até 2023.
A gordura trans também é conhecida como gordura vegetal hidrogenada. É usada para melhorar o aspecto e também aumentar o prazo de validade de alimentos industrializados. Ela é formada através de um processo químico: óleos vegetais líquidos, como o óleo de soja, são transformados em gordura sólida com o uso de hidrogênio. Quanto mais hidrogenada, mais consistente a gordura fica. Ela também aparece durante o aquecimento de óleos para a fritura doméstica ou industrial em processos que envolvem altas temperaturas por longos períodos.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a eliminação global desse ingrediente pode evitar 500 mil mortes por ano. A gordura trans eleva o colesterol ruim, reduz o colesterol bom e aumenta o risco de infarto e AVC.
A gordura trans está em alimentos como: biscoitos salgados, doces e outros alimentos assados; pipoca de micro-ondas; pizzas e salgados congelados; manteiga vegetal e margarina em barra; creme para café; glacê pronto para uso, entre outros.
Etapas – A decisão do órgão estabeleceu que o processo ocorrerá em duas etapas: 1) a adequação da indústria alimentícia ao limite de até 2% de gorduras trans sobre a quantidade total de gorduras do alimento produzido, o que deve ocorrer até 1 de julho de 2021; e 2) a eliminação total de ácidos graxos trans da composição de produtos até 1º de janeiro de 2023. Atualmente não há quantidade máxima definida pela agência. Os produtos importados também precisarão seguir essas regras.
Para os óleos refinados, como os de soja e canola, por e exemplo, os ácidos graxos trans não serão banidos. A Anvisa decidiu estabelecer um limite diferente para esse grupo de produtos, levando em conta que os óleos vegetais passam por altas temperaturas no processo de refinamento, o que acaba produzindo a gordura trans, que não é adicionada de forma proposital.
O objetivo da Anvisa com as mudanças é reduzir a ingestão de gordura trans a menos de 1% do Valor Energético Total (VET) ingerido pela população diariamente, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a agência, essa ingestão hoje chega a quase 2% entre os adolescentes, por exemplo.