Construído e entregue no final do ano passado, e sonho que a população acalenta há dezenas de anos, nada justifica que o prefeito insista em prorrogar a abertura e o funcionamento do Hospital Anjo Gabriel. As desculpas que Aiacyda tem dado para se negar a dar esse presente à população já não convencem mais, como também noticiar que o prédio tem problemas.
A obra tem seguro de cinco anos e basta acionar a empresa construtora para que proceda aos reparos necessários. Quantos aos recursos que se estima seriam necessários para fazê-lo funcionar, é apenas uma questão de vontade política.
Hoje, o Hospital e Maternidade Mairiporã (HMM) recebe mais de R$ 1 milhão dos cofres públicos por mês e seus atuais dirigentes têm demonstrado que são competentes e, segundo conversas de bastidores se ofereceram para também tocar o Anjo Gabriel. Custos preliminares apontam que a Prefeitura deveria gastar, com ambas as instituições, algo em torno de R$ 2 milhões, transformando o HMM apenas em Pronto Socorro. Tudo o mais passaria para o novo complexo hospitalar.
O Anjo Gabriel custou R$ 9 milhões aos cofres públicos e não pode seguir fechada sob a argumentação de que não há dinheiro. É um crime. Se não há recuros, que se busque, principalmente no governo do tucano Geraldo Alckmin, que é amigo do prefeito. O governo do Estado não pode argumentar que não tem recursos. Se sabia que não tinha, se analisou que a cidade não tinha potencial para gerir um novo hospital, porque permitiu e financiou a sua construção. Bom governante não joga dinheiro pela janela, nem brinca com uma questão tão séria como a saúde das pessoas.
De quatro em quatro anos candidatos a prefeito, vereador e deputado, bem como os eleitos, falam muito em saúde pública e que vão melhorar a oferta dos serviços à população. Uma vez no poder, recitam o discurso velho de que não há recursos. Se não é para defender os interesses da cidade, não há precisão de se ter prefeito e vereadores, cujo custo-benefício é discutível.
Aiacyda tem o dever a obrigação de pôr o Anjo Gabriel para funcionar, mesmo que tenha sido obra de seu antecessor. O povo não quer saber quem construiu ou inaugurou, quer usufruir de um atendimento digno.
E que se dê um basta nessa conversa de ignorantes, que o hospital é longe. Longe é o céu ou o inferno para quem está doente e precisa de ajuda.