Analistas dizem que a pandemia vai reforçar a abstenção eleitoral

NOS últimos pleitos em Mairiporã o que se viu foi o crescente número de eleitores que deixaram de votar, ou seja, se absteve de aparecer nas seções eleitorais. Para analistas ouvidos pela reportagem, essa tendência mostra um cenário que não só vai se repetir em novembro, como crescer, não só pelo desencanto com a classe política, mas também pela pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade tem mais de 12 mil eleitores com 60 anos de idade ou mais, que é considerado pelas autoridades de saúde como ‘grupo de risco’.

Nas eleições de 2012, de acordo com dados oficiais, 17,79% eleitores não votaram, ou seja 9.833 pessoas. No pleito de 2016, as abstenções foram ainda maiores, com 12.087 (20,16%) eleitores deixando de votar.

As projeções iniciais dos analistas calculam que entre 25% e 30% do total inscrito e apto a votar não vão aparecer, e além dos idosos, estão nessa conta os jovens com 16 e 17 anos, cujo voto é facultativo.

Perfil – Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Mairiporã tem 63.775 eleitores registrados. A maior parte dos votantes na cidade é formada por mulheres, que representa 51,7% do eleitorado.

“Dificilmente os candidatos conseguirão mudar o ânimo do eleitorado mairiporanense a comparecer às urnas. A população, ao longo dos últimos quatro anos, se mostra cansada da mesmice e todos vamos ter que aprender com esse pleito, que será diferente de todos os outros”, reforçam os analistas.