Alunos do ensino básico pensam em desistir de estudar

Pesquisa indica que 40% dos estudantes brasileiros do ensino básico correm o risco de abandonar os estudos.

Em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Itaú Social e a Fundação Lemann, o Data Folha identificou que “oito de cada dez estudantes do ensino básico continuam dependentes do ensino remoto, por causa das medidas de restrição nesta pandemia nos últimos um ano e três meses”

Comparado com o mês de maio de 2020, quando 26% dos alunos estavam desmotivados e pensando em desistir dos estudos, a recente pesquisa indica que são 40% os que pensam desta forma, noticia o Jornal Nacional desta última terça feira (22).

Acostumados com a “cultura escolar” das escolas esses estudantes vivenciam o ensino remoto onde, na maioria das vezes, os ambientes não proporcionam condições adequadas para o estudo. Na verdade, o ambiente precisa minimamente de silêncio e da atenção do estudante para se auto ensinar.

Para as crianças em processo de alfabetização a situação é ainda pior. Sem ainda ter se apropriado da “cultura escolar”, dependendo de outra pessoa que saiba orientar e propor as iniciativas necessárias para a sua aprendizagem, a situação fica mais complicada. Sem uma boa alfabetização essas crianças carregarão sequelas no restante de sua escolarização e suas vidas.

As práticas do ensino remoto dependem das tecnologias – internet, computador ou celular, por exemplo. Os alunos reclamam que a internet ‘cai o tempo todo’, nos lares mais pobres duas ou mais crianças tem um único celular para acompanhar ‘aulas remotas’ diversas ao mesmo tempo, entre outras dificuldades.

Enfim, a efetividade da aprendizagem remota não se compara com o desempenho que esses estudantes têm nas escolas. Daí o desanimo e a vontade de parar de estudar colocando em risco o futuro de toda essa geração de estudantes e, por consequência, impactando no mercado de trabalho e sua produtividade nos próximos anos.

Que falta faz um PNI – Programa Nacional de Imunização efetivo, com vacinas suficientes em curto espaço de tempo! Os impactos na saúde, educação e economia seriam outros!

Na retomada das aulas presenciais além da recuperação do tempo perdido os educadores deverão atuar levantando a autoestima dos alunos também diminuída nesse período em que ficaram longe da escola.

 

Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)