Agenda

Nunca me dei bem com agendas. Aquelas com folhas de papel que marcam os dias e os meses, nas quais, supostamente, deveríamos anotar as coisas a serem feitas. Em geral, consigo usar, no máximo, pelos primeiros meses do ano.
Até então, tudo bem. Cada lembrete e recado, importante ou não, é anotado no espaço adequado. Porém, nem isso eu fazia certo, já que peguei o hábito de escrever as coisas não nos dias em que elas devem ser feitas ou concluídas e sim nos dias em que eu descubro que elas devem ser feitas ou concluídas. Na minha cabeça, isso faz sentido. Até porque, quem vai checar página por página para descobrir quais dias tem coisa a fazer?
No meio do ano as anotações já ficam mais escassas. Coisas que têm o prazo de algumas semanas para serem finalizadas, merecem ser anotadas. Coisas que devem ser feitas no dia seguinte? Nem tanto.
Com o passar do tempo e com o aumento da correria já nem lembro mais que preciso anotar as coisas para me lembrar delas. “Ah, isso era para semana que vem?”, “Quando devo entregar aquilo?” se tornam recorrentes.
Não pensem que não sinto falta de ter algum objeto com o qual eu possa me organizar e fazer planejamentos. Pensei em começar a escrever com giz em uma das paredes escuras. Bem, não deu muito certo. Em seguida, consegui uma lousa, daquelas brancas nas quais se usa canetões de tinta para escrever, e coloquei no meu quarto. No começo era mais divertido e irreverente, mas nem aquilo durou por muito tempo. Alguns meses depois, recados rápidos viraram recados permanentes deixados por amigos que me visitavam.
Importante é lembrar de não esquecer as coisas. Por incrível que pareça, nunca aconteceu. Mas, chegar ao final do ano e poder rever todas as anotações que você fez durante o passar dos meses é uma experiência divertida. Acho que vou tentar ter uma agenda mais uma vez.