AS LIXEIRAS públicas são raras em Mairiporã. Nem mesmo nos corredores comerciais do centro elas existem, o que impede as pessoas de efetuar o descarte do lixo de forma correta. Parece absurdo, mas só uma lixeira está instalada no centro, na rua Cel. Fagundes. Isso serve de incentivo para que calçadas e ruas sejam transformadas em depósito de papéis de todo tipo, garrafas, copinhos plásticos e outros produtos descartáveis. As pessoas mais conscientes guardam até chegar em casa ou procuram um lixo em alguma loja.
A reportagem percorreu as ruas Cel. Fagundes e XV de Novembro, as duas principais da cidade e só encontrou uma lixeira, ainda assim pequena e em estado precário. Se no centro a situação é essa, nos bairros da periferia elas não existem.
A operadora de caixa Joana dos Santos, 30 anos, que mora no Jardim Fernão Dias, afirma que não vê outra saída senão a de guardar pequenos papéis no bolso. Se for garrafa ou algo maior ela procura uma sacola que já esteja na calçada à espera da coleta de lixo e coloca junto. Segundo ela, a maioria das pessoas prefere se ver livre do problema rapidamente e joga na rua, o que de certa forma é incentivado pela falta das lixeiras.
Leandro Alves, 23 anos, que é mecânico, morador no bairro do Lavapés, diz que é constrangedora a falta de lixeira tanto para a população quanto para o governo. “Já com lixeira tem gente que joga na rua ou na calçada, ou até vandalizam, imagine sem ela. Na região onde moro nunca teve lixeira”.
A falta de lixeiras não é problema novo. Há muitos anos que a Prefeitura não dá a devida atenção às lixeiras, que se existissem iriam contribuir e muito não só pelo descarte correto, mas serviria inclusive para educar a população.
Também não se vê, nos poucos projetos de educação ambiental, qualquer referência às lixeiras.
Enquanto isso as vias públicas são transformadas em depósito de lixo e não se vislumbra quando o problema será resolvido.