Na teoria, parece que a tolerância do cidadão com tudo aquilo de ruim que aconteceu e acontece na vida política da Nação chegou a níveis estratosféricos nos últimos anos. Aparentemente ninguém tolera mais antigos ditados como ‘todo mundo faz’ ou ‘sempre foi assim’. Essa indignação, no entanto, se perde em meio ao caminho quando chega a hora de se eleger deputados, senadores e presidente da República.
É nessa hora que outro dito popular muito atual, ‘dá-se um jeito’, entra em cena e nos remete aos mais do mesmo. Elegem-se verdadeiros bandidos que anos a fio roubam os cofres públicos e, pegos em flagrante, se dizem inocentes. A Lava Jato é prova inconteste da quantidade de ladrões e picaretas que se apresentam como representantes do povo.
O velho jeitinho também está presente na nossa intrépida Câmara de Vereadores, que insiste em não fiscalizar o Executivo e fingir que a cidade está às mil maravilhas, sem problemas e nada a ser cobrado do prefeito.
É preciso dar um basta a esse estado de coisas no legislativo, que depois de anos se tornaram corriqueiras. Mairiporã não tem oposição e muito menos os ‘fiscais do povo’ eleitos para essa finalidade. A submissão é total.
Mas quem vai dar o basta?
Aí é que a coisa pega. O eleitor que vota na escolha de prefeito e vereadores é o mesmo que coloca nas assembleias e no Congresso aqueles que deveriam ter sido extirpados da política.
Embora se diga ‘que todo mundo faz’ e, no nosso caso, que ‘todos os antecessores fizeram’, ‘que sempre foi assim’, precisa acabar. Os vereadores devem mudar de comportamento e trabalhar de fato e de direito pela cidade. É para isso que são regiamente bem pagos. No momento em que o Brasil quer melhorar o nível da política, nossos ilustres representantes precisam começar a dar o exemplo.