Essa frase não é minha, mas eu gostaria que fosse. Por atrevimento, estou emprestando-a de Guimarães Rosa. Mineiro de Cordisburgo que nos deixou em 1967, deixou uma maravilhosa obra, entre elas “Grande Sertão: Veredas” de onde retiro a inspiração para pensar em coragem.
São humanos o desânimo e a falta de coragem, por isso eu me questiono se dentro do que eu desejo, tenho feito o possível ou o melhor.
Melhor possível ou possível melhor?
Quando eu digo melhor possível estou transformando a palavra possível em substantivo, quando na verdade desejaria que fosse adjetivo. Desta forma: possível melhor. Fazer na vida por si e pelos outros o melhor que pode ser feito e não simplesmente lavar a mãos e dizer: fiz o que pude e infelizmente não deu.
Tenho aumentado cada vez mais a admiração por quem se questiona se já fez tudo que poderia e, mais do que isso, não deixa de fazer o que precisa ser feito. E haja coragem para dar passos, se posicionar sobre os assuntos, sejam quais forem. Na era do cancelamento, falar da beleza do azul é como negar todas as outras cores.
A vida em média tem durado 75 anos e, em média também, passamos 25 anos dormindo. Imagina só quanto tempo a gente ou alguém perdeu colocando rótulo nos outros nas redes sociais, classificando puros e impuros, merecedores ou não.
Não tenho a chave da porta da eternidade e quando descobri isso passei a evitar julgamentos quando me deparo com a diferença.
A vida quer mesmo é a coragem de não esperar que nada caia do céu e construir a vida e as relações de forma que façamos até a última gota o possível melhor, colocando interrogações e não exclamações como desculpas para não chegarmos aos nossos sonhos.
Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”