A tal democracia

Boa parcela de sociólogos, partidos de esquerda e imprensa festiva, via de regra, enche a boca para falar em DEMOCRACIA, em via democrática. Ela, a democracia, só não vale para os milhões de pobres e famintos que o País produz aos borbotões. Estes, subjugados, vivem sob a ditadura dos que podem e mandam e os que obedecem calados. Sempre foi assim nesta Nação de contrastes perenes.

A bola da vez é a discussão sobre o pleito de 2022 e a forma como ele tem ou deve ser realizado: com papel ou pelas famigeradas urnas eletrônicas. E vai longe esse embate entre o presidente Bolsonaro e o ministro Barroso, do TSE, a quem Bolsonaro classifica como inimigo.

As ações entre as duas principais forças políticas, que parte da mídia chama de ‘direita e esquerda’, ambas com passagens desastrosas pelo Palácio do Planalto, vão levar ao recrudescimento antes mesmo de raiar 2022. Não demora e o embate pode sair do controle, do razoavelmente aceitável.

No campo de jogo, ao que tudo indica, os protagonistas deverão ser Bolsonaro e Lula, este último resgatado de inúmeras condenações, pelo Supremo Tribunal Federal, que transformou todas as demais instâncias do Judiciário em verdadeiras ‘casas da Mãe Joana’.

Voto impresso ou voto pela urna eletrônica (o Brasil é o único País dentre os de primeiro mundo e aqueles em desenvolvimento que tem esse tipo de urna) é questão menor. O que virá mais adiante será um embate pouco esclarecedor e que vai consolidar a divisão do País ao meio. Terceira via, nesse jogo, será mera coadjuvante.

Nesse tabuleiro pouco democrático, embora todos falem em democracia como se de fato ela fosse praticada em toda sua plenitude, uma eleição presidencial vai novamente reunir apenas dois nomes, dois lados (expressão horrível, porque quem tem lado é porta) e nem se pode falar em diferentes propostas, pois o objetivo é um só: o poder!

Com ou sem voto impresso, com ou sem voto eletrônico, o que teremos para 2022 é o mesmo cardápio de sempre: dois ávidos combatentes em busca de consolidar a falta de democracia. Pergunte aos pobres, se eles são alcançados pela tal democracia.

Democracia funciona muito bem para aqueles que tem as chaves dos cofres.