A pandemia na ‘Casa da Mãe Joana’

A expressão “Casa da Mãe Joana” é bem antiga, data de 1.346 e surgiu na França, quando Joana, a rainha de Nápoles, se refugiou no bordel de Avignon, após se envolver em uma conspiração para matar o marido. Desde então cada prostíbulo passou a ser chamado de “Paço da Mãe Joana”, que no Brasil se tornou “Casa da Mãe Joana”.

E foi nisso que transformaram o País com o advento da pandemia do coronavírus, devidamente chancelada por nossas autoridades, umas se sentindo acima do bem e do mal, outras, como se fossem salvadoras da pátria, e mais outras querendo que tudo se exploda. Decisões médicas, judiciais e políticas permeiam o processo.

É nesse cenário que a população tem vivido desde março do ano passado, em meio à falta de conhecimento sobre o vírus e a doença, e de um sem-número de pessoas com acesso à mídia a despejar comentários, análises e informações às mais desencontradas, bobagens e idiotices.

No início, duas doses bastavam. Logo veio a notícia de que era importante mais uma, a terceira, ou a extra como alguns denominaram. Agora já se fala na quarta e até aqueles que acreditaram na dose única, voltam aos postos para outra aplicação.

O governador João Dória, que transformou suas coletivas sobre a Covid em palanque eleitoral, reina absoluto nesse mar de desencontros. Seus decretos beiram a galhofa, alguns com efeito de apenas 24 horas. O chefe do governo paulista reduz o intervalo de tempo entre as vacinas, batendo no peito, ‘decidimos reduzir’, como se fosse entendido no assunto e suas outras decisões ficaram conhecidas como ‘ioiô’, adotadas e canceladas conforme o vento sopra, como o uso de máscaras, liberação de festas e grandes eventos, abre comércio, fecha comércio (alguns fecharam definitivamente), num simples estalar de dedos.

Aliada a esse processo, a mídia barbariza na hora de anunciar os números da pandemia. Alguns apresentadores de telejornais passam a quase certeza de que chegam ao orgasmo dependendo daquilo que divulgam.

Neste País de miseráveis, de doentes, de desempregados, de ignorantes, governados por milionários, sadios, com boquinha no dinheiro público e espertos, todos dão palpites: cientistas, médicos, jornalistas, políticos, videntes, padres, pastores e charlatães das mais variadas espécies.

Nos últimos dias, para deleite dos laboratórios, foram anunciadas novas cepas do vírus. Surgem do nada, assim como o primeiro deles, cuja origem imputaram à China. E todo o ciclo vicioso de ‘desinformar’ o povo recomeça.

Por tudo isso, e também por isso, o coronavírus transformou este País na verdadeira ‘Casa da Mãe Joana’. E Vive la France!