A farra

Algumas cidades brasileiras passaram a ser conhecidas pelo folclore que, anualmente, são evidenciados através de espetáculos que duram vários dias e são motivo de exposição na mídia, especialmente nos telejornais. Ninguém desconhece a ‘Farra do Boi’, a ‘Festa do Bode’, a ‘Festa do Boi Bumbá’ e assim por diante. E Mairiporã certamente vai ficar conhecida, e não demora muito, pela ‘Farra dos Carros Oficiais’.
Tempos atrás já me manifestei sobre a questão que envolve os veículos da Municipalidade (chapa branca), que deveriam ser adequadamente adesivados para ser identificados e reconhecidos em qualquer lugar, dentro ou fora da cidade. Ocorre que por razões que a própria razão desconhece isso não ocorre, o que permite que os veículos sejam utilizados, não poucas vezes, para serviços que não tem relação com a administração pública.
É comum notar que os veículos da Prefeitura andam sempre lotados de passageiros, como se fosse uma espécie de lotação, e encontrados nos mais diversos bairros e horários, inclusive cidades vizinhas, como, por exemplo, em atacadões (hipermercados), e tenho comigo que não estão a serviço do município, mas sim transportando pessoas ligadas à administração (cabos eleitorais, apadrinhados políticos e por aí vai) para fazer compras e comparecer a consultas médicas, e também no transporte de funcionários (apenas os privilegiados e próximos a quem manda)
Seja por que motivo for, é ilegal que os veículos da Prefeitura, cujo combustível e manutenção são pagos com dinheiro do povo, de destinem a uso particular, em flagrante desvio de finalidade, quando o certo era estar em uso restrito ao serviço público.
Por essas e outras razões é que os carros não são adesivados com o nome da Prefeitura, para que não sejam identificados.
A criatividade dos políticos em burlar a lei e dispor do patrimônio público como se fosse propriedade particular não é só espantosa, como carrega a certeza da impunidade.
E a julgar pelo que se tem visto até aqui, a farra vai continuar.