Derrotado nas urnas, depois de doze anos à frente da Prefeitura, Aiacyda carrega consigo o fim de uma era. Último representante de toda uma geração de políticos, ainda tentava sobreviver no cargo. A cidade, no entanto, pensou de forma diferente. Cansou de Aiacyda, do seu jeito de fazer as coisas, da arrogância em se achar acima de tudo e de todos, de não prestar contas, dos mal feitos que foram denunciados ao longo dos últimos anos, dos parentes no serviço público e, em muitos momentos, de pensar que era Deus.
Demorou, mas finalmente o povo de Mairiporã acordou para uma nova realidade. Sob seu governo a cidade perdeu muito nos setores econômico e social, patinou no desenvolvimento e de um segundo lugar na região, formada por cinco municípios, despencou para a quarta posição.
Mas não foi somente Aiacyda o derrotado. Com ele se vão as ‘viúvas’ que legalmente estiveram em cargos chaves no governo, algumas também com doze anos de Prefeitura. Assim como o chefe, desprovidas de uma visão global dos problemas e pouca, pouquíssima vontade de promover as mudanças que o passar dos anos exigiam.
Aliados às viúvas, os cabos eleitorais instalados em cargos de comissão, que mamaram nas gordas tetas do erário nos últimos quatro anos. A maioria, sem a qualificação exigida para a função, que só seguiram com altos salários porque não houve fiscalização por parte de quem deveria fazê-la em nome do dinheiro público.
Todos já vão tarde: o prefeito, as viúvas e os correligionários. Agora é procurar trabalho (emprego tinham na Prefeitura), de mostrar que são capazes de viver sem as facilidades que a política lhes proporcionou.
E a esperança de marcar um ‘x’ a cada passar de dia no calendário, sonhando que quatro anos passam logo, também acabou. O velho cacique foi aposentado pelo povo.