PERDEDOR (I)
O fim das eleições em Mairiporã mostrou claramente que o prefeito Antônio Aiacyda foi o maior perdedor dentre todos os políticos da cidade. É bem verdade que 95% perderam, mas a magnitude com que o prefeito foi defenestrado nas urnas é algo que deve ser melhor analisado. No primeiro turno naufragou junto com seu ‘amigo’ Geraldo Alckmin, na derrota mais vergonhosa da história do PSDB no município. Conseguiu a façanha de perder, pela primeira vez, para o PT. A maioria dos candidatos a deputado a quem deu apoio, ficou pelo caminho. No segundo turno, de forma atabalhoada e na certeza de que seria o grande beneficiário da candidatura Márcio França, subiu no barco do governador e afundou junto com ele. Para o PSDB, foi uma traição um tucano apoiar um candidato que não fosse do partido. Mas foi o que Aiacyda fez, com direito a vídeos de apoio explícito a França nas mais diferentes mídias.
PERDEDOR (II)
As urnas certamente vão levar o prefeito e refletir sobre o conceito que goza junto à população, quase dois anos depois de iniciar o terceiro mandato. O mar de rosas que imaginava nunca existiu. A votação expressiva que obteve como candidato a prefeito em 2016, se deveu quase que majoritariamente pela repulsa do eleitor contra a tentativa de reeleição de Márcio Pampuri, seu antecessor. O recado foi claro, inclusive para os vereadores. Ou se faz uma correção de rumos no governo ou as próximas vítimas, logo ali em 2020, vão ser os atuais ocupantes do Palácio Tibiriçá. Assim como em todo o País, os mairiporanenses querem mudanças na forma de fazer política, e é preciso lembrar que o prefeito é o último ‘cacique’ da velha e carcomida política local.
TROCA
Com o caminho que escolheu nestas eleições, é mais que provável que o prefeito deixe o PSDB, depois de 18 anos, por vontade própria, ou talvez por ordens ‘de cima’. Ao apostar em Márcio França sabia dos riscos que corria, e ainda assim resolveu pagar o preço. A conta vai chegar. Se sair ou ‘for saído’ como se diz na gíria, deve ingressar no PSB, de Márcio França.
2020
Nem bem terminaram as eleições deste ano e o assunto agora, em inúmeras rodas politicas pela cidade, é o pleito municipal de 2020. Muitos segmentos da sociedade apostam que haverá sensíveis mudanças na política de Mairiporã, ou seja, a velha prática e os nomes de sempre estão fadados à aposentadoria. E isso é importante para uma cidade que patina em seu desenvolvimento há mais de 30 anos.
BASTIDORES (I)
Os burburinhos de bastidores tomaram conta dos meios políticos e, à medida que o tempo passa, certamente vão ganhar mais intensidade. Não se vislumbra, pelo menos neste momento, nenhum nome de vereador que possa se colocar como candidato a prefeito e com condições de vencer. Os 13 parlamentares, até agora, têm se mostrado insípidos, inodoros e incolores perante a opinião pública. Se algum deles sonha com o Palácio Tibiriçá, é hora de mostrar serviço e deixar de lado a função de mero referendador das ações do Executivo. Só discurso não vai ser suficiente para influir na escolha do eleitor.
BASTIDORES (II)
Por outro lado, muitos dos vereadores que vão tentar a reeleição também correm riscos, pois o ‘novo’ que anunciaram em 2016, na verdade é ‘velho’, manjado, com práticas que os antecessores já usavam desde… sempre. Portanto, a zona de conforto, depois do pleito de domingo, acabou!
NOMES
Embora alguns vereadores sonhem com a possibilidade de disputar a Prefeitura, dois nomes parecem certos: o ex-vereador Aladim (PR) e o atual secretário de Obras Gleydson Aiacyda, filho do prefeito. O secretário é o presidente do PSB local. Também se cogita a possibilidade de um nome novo, sem vínculo com os quadros partidários conhecidos.
SURPRESA
A expectativa é que esse nome novo tenha projetos factíveis para a cidade, e não aqueles usados pelos velhos políticos, de tudo prometer. Também há se considerar que não vão ser permitidas coligações, um complicador para muitos partidos.
FILIADOS
Nanico desde que surgiu, até se transformar em gigante depois da vitória de Jair Bolsonaro para presidente da República, o PSL em Mairiporã, segundo dados do Cartório Eleitoral de junho deste ano, tem 121 filiados. Dos 33 partidos regularizados no município, ocupa a 15ª colocação.
ASSUNTOS
A Comissão de Assuntos Relevantes (CAR) da Câmara de Vereadores se assemelha muito às CEIs de Brasília. Não se sabe como começa, mas se tem certeza de como termina: em nada. Faz mais de ano que uma CAR se instalou no Legislativo local e até agora o único resultado prático é a leitura, em plenário, de pedidos de prorrogação dos trabalhos.