Coluna do Correio

FRASE
“Vote nulo, não sustente parasitas.”
(Raul Seixas, cantor e compositor)

HOSPITAL (I)
Os dois hospitais da cidade, um deles nunca inaugurado, foram as estrelas da sessão de Câmara de terça-feira. De todos os que falaram sobre o tema, somente Ricardo Vieira teve a lucidez de tratar do assunto como deveria. Falou das condições ruins em que trabalham médicos e funcionários e do excessivo número de pessoas que procuram por atendimento, equação que não fecha e que apenas agrava o problema. Não disse nada do que todo mundo já sabe. Ficou evidente que a área da Saúde no município precisa ser prioridade de governo, mas não é. Se repetir as performances anteriores, o prefeito vai apenas falar sobre saúde, mas fazer muito pouco. Vieira enfatizou que todos, ricos e pobres, em determinado momento, vão se valer do Hospital e Maternidade Mairiporã, mesmo que de passagem para outra instituição hospitalar.

HOSPITAL (II)
Alguns vereadores ‘puxa sacos’ do prefeito tentaram dourar a pílula, mas é preciso ir além, entender que o assunto é grave. Não se trata de criticar gratuitamente o hospital. O que precisa ser dito e cobrado é uma atuação contundente da Prefeitura, que tem convênio com a unidade e diz sempre que está indo até onde dá (o dinheiro). Isso quer dizer o seguinte: o hospital não tem condições de fazer mais do que faz hoje. Quem tem que buscar meios para minorar o problema é a Prefeitura.
HOSPITAL (III)
Um ditado antigo diz: “Rei morto, rei posto. O rei morreu, viva o rei”. Parece feito sob medida para aquele vereador que hoje critica a construção do hospital Anjo Gabriel, dizendo que não há dinheiro para tocá-lo, mas ontem era entusiasta e baba ovo de prefeito Márcio Pampuri e fez uso do novo hospital em sua campanha eleitoral. Como o rei que saiu está morto, viva o rei que entrou, e que não quer o novo hospital funcionando.
HOSPITAL (IV)
O vereador baba ovo também disse que se o Hospital e Maternidade Mairiporã quebrar, as dívidas, inclusive trabalhistas, ficarão para a Prefeitura. Afinal, a Prefeitura é interventora ou tem convênio? Se só é conveniada, qual a responsabilidade que tem sobre a gestão? É preciso que esse comentário seja melhor elucidado, afinal, a população não tem a obrigação de saber como a coisa funciona.
DE NOVO!
Alguns vereadores dizem que está em marcha a elaboração de um ‘novo’ plano de cargos e salários para os servidores municipais. De se estranhar o ‘novo’, pois nunca teve o velho. Isso é o que se pode chamar de gozação com a cara dos funcionários. Três prefeitos, inclusive o atual, contrataram empresas para elaborar o instrumento, pagaram pelos projetos, dois deles foram engavetados e um virou lei, sancionado por Aiacyda. O que virou lei iria afundar os cofres públicos e foi revogado por Márcio Pampuri logo em seguida. Até quando essa enrolação vai ninguém sabe dizer. Mas pelo comportamento dos nossos políticos, tem servidor que ingressou recentemente nos quadros da Prefeitura e vai aposentar sem ver a proposta transformada em lei e em vigor.
IBTI
Discussão na semana passada na sessão legislativa abordou o pagamento de IBTI (Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis), que incide sobre transações imobiliárias. Até então, embora a lei permita até 3%, a Prefeitura cobrava 1,5% do valor. Como a falta de recursos parece crônica na administração Aiacyda, a Prefeitura resolveu cumprir o teto máximo previsto na tal lei, de 3%. Foi o bastante para o vereador Gusto Forti abrir o berreiro e defender aquilo que é, na verdade, a sua profissão, ou seja, corretor de imóveis. Não se viu o vereador espernear quando esse mesmo governo aumentou escandalosamente a taxa de lixo, nem o IPTU extra que está sendo cobrado nesta época do ano. Quando dizemos que os políticos brigam muito por aquilo que lhes interessa, ou seja, questões de cunho meramente pessoal, não é sem razão. O vereador poderia sugerir ao prefeito que, ao invés de aumentar o percentual do IBTI, cortasse pela metade o quadro de funcionários comissionados, também conhecidos por cabos eleitorais. Aí sobraria dinheiro.
EM COMUM
Publicação na Imprensa Oficial do Município nos remete a uma questão intrigante: O que têm em comum os médicos, os enfermeiros e os fiscais de tributos? Todos declinaram da honraria de trabalhar na Prefeitura. As desistências oriundas do chamamento daqueles que passaram no concurso promovido pela administração não param. Isso tem uma explicação: salários aviltantes.
SÃO FRANCISCO
Os decretos semanais em que o governo municipal dispõe sobre abertura de crédito suplementar ao orçamento e as transposições financeiras, não são pouca coisa. As transposições são até maiores que aquela proposta para o Rio São Francisco, que ninguém sabe dizer em que pé está.
FESTAS
Desde que assumiu o governo o prefeito Antônio Aiacyda não fez mais nenhuma festa, nem de aniversário, nem a mais tradicional delas, a da Primavera. Em tempos de vacas magras, não há dinheiro para alegrar a população. E este ano nenhuma delas aconteceu. O amigo leitor, que é festeiro, pode aproveitar para visitar cidades da região que estão em festa neste final de semana: em Atibaia, a Festa das Flores e do Morango, e em Bragança, a 8ª edição da Festa da Linguiça e da Cachaça. Em Bragança, não há cobrança de ingresso.
BRINQUEDO
Terminada a Campanha do Agasalho, milhares de municípios brasileiros já deram início à Campanha do Brinquedo, que visa a receber doações para crianças carentes por ocasião do Dia das Crianças. A Campanha também é realizada pelos fundos sociais de solidariedade. Em Mairiporã, não se ouviu falar sobre o assunto.
A TRANCA
Os brasileiros continuam os mesmos. Assim como uma parcela da imprensa, principalmente as que gostam de explorar tragédias. Ninguém, pelo menos nos últimos dez ou vinte anos, ouviu falar sobre o Museu Nacional do Rio de Janeiro e suas necessidades, inclusive sobre a segurança do patrimônio. Certamente alguns poucos comentários de quem lá trabalha, mas sem nenhum alcance de mídia. Destruído pelo fogo, ‘as viúvas’ surgiram de todos os lugares, desde a imprensa, passando por artistas e políticos, até gente que nunca soube da existência do lugar. No Brasil, é como diz o ditado: “depois do ladrão passar pela casa é que se busca colocar tranca”.