500 mil postos de trabalho doméstico fechados desde maio

Uma das categorias mais castigadas pela pandemia do novo coronavírus, é a de trabalhadores domésticos que prestam serviços às famílias. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em pesquisa que mede os efeitos da doença no País, desde o mês de maio.

Só em relação aos trabalhos domésticos, foram 500 mil postos perdidos, que salta para 1,7 milhão se computados os últimos doze meses, segundo o Pnad Covid (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). É o cenário mais crítico para o setor nos últimos anos.

Para o Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos da Grande São Paulo, a situação é crítica, pois o setor está em constante queda e de cada 10 atendimentos feitos na entidade, 80% fazem referência às empregadas domésticas desempregadas.

Para a Fundação Getúlio Vargas, dois fatores prejudicam os serviços domésticos quanto à criação de vagas: a preocupação com a renda familiar e o medo de contágio pelo novo coronavírus. O uso de transporte público por parte dos empregados domésticos é um componente que gera temos nos patrões e que a doença chegue em seus lares.

Outros serviços com semelhanças ao trabalho doméstico, com baixos salários e total informalidade4, foram igualmente afetados durante a pandemia. O Pnad Covid aponta que foram perdidas 350 mil vagas desde maio, referentes a alimentação e alojamento (restaurantes e hotéis) e outras 300 mil em serviços gerais.

São 4 milhões de postos de trabalhos perdidos, na soma desses serviços, durante a Covid-19, e esses setores não mostram nenhuma reação, mesmo com regras menos rígidos em relação ao isolamento social. (Foto: Getty Images)