FRASE
“Uma vez tomada a decisão de não dar ouvidos mesmo aos melhores contra-argumentos: sinal do caráter forte. Também uma ocasional vontade de se ser estúpido.” (Friedrich Nietzsche, filósofo, filólogo, poeta e compositor alemão)
MENÇÃO
Nenhuma menção aos 70 anos de instalação da Câmara de Vereadores foi feita pelos atuais parlamentares nos trabalhos de terça-feira desta semana. Vergonhoso! Aliás, os senhores edis nem devem saber que o Legislativo de Mairiporã começou a funcionar em 1948. Verdade seja dita: não há o que se comemorar durante as sete décadas. O desempenho daqueles que tiveram assento na Casa de Leis, salvo raríssimas exceções, não enseja nenhum tipo de comemoração.
SONHO
Os vereadores que vão assumir as cadeiras da Câmara a partir de janeiro de 2021 já conquistaram direito a um salário extra, mais 1/3 de férias em seus subsídios. Ou seja, passarão a receber 13 salários anuais, mais as férias e, falando nelas, exorbitantes 77 dias de recesso. Sonho de consumo de qualquer cidadão.
INTERMEDIÁRIO (I)
O presidente da Câmara, depois de um memorando expedido pelo seu gabinete aos demais vereadores, certamente pode ser chamado de ‘intermediário’. Proibir os vereadores de oficiar diretamente o prefeito, o que poderá ser feito somente através dele, é um ato ditatorial, ainda que existam artigos na Lei Orgânica e no Regimento Interno. Em 70 anos de parlamento, comemorados este ano, nunca se viu um ato de força tão absurdo. Mais absurdo é seus colegas aceitarem a imposição. Se o vereador, cuja função é praticamente um apêndice do Executivo, não puder nem oficiar o Executivo, melhor fechar a Casa e entregar as chaves ao prefeito. Pelo menos a cidade economizaria R$ 9 milhões por ano.
INTERMEDIÁRIO (II)
O prefeito Antônio Aiacyda, até por conta de seu perfil, não gosta de ser cobrado, apertado ou mesmo esnucado. Não sabe como responder, enfrentar ou sair de situações difíceis. E foi para atendê-lo, como ficou explícito no memorando, que a decisão do presidente da Câmara foi tomada. Se o prefeito não quer ser incomodado, que procure outra coisa para fazer. Se os vereadores, que até agora estão calados, aceitarem esse ato inominável, que também façam o mesmo e deixem seus cargos para se dedicar a outras atividades. Dois ditados ilustram a verdadeira face daqueles que militam na política, ou pelo menos a maioria: um de Maquiavel: “Dê o poder ao homem, e descobrirá quem ele realmente é”; e o outro do ex-presidente dos EUA, Abraham Lincoln: “Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe o poder”.
PÁ DE CAL
A sociedade mairiporanense tem a atual composição legislativa como a pior da história. Isso não chega a ser novidade. O que não se aceita é que os vereadores, diante de um descalabro como o memorando, não se manifestem e demonstrem que são representantes do povo e não do prefeito. Se isso não for feito, será a pá de cal que falta para o extermínio político de suas carreiras.
PROCESSOS
O prefeito Antônio Aiacyda é de longe o político da cidade que coleciona o maior número de ações judiciais. Dentre os mais visíveis estão o do Centro Educacional e dois sobre a merenda escolar, aqueles mesmos que tornaram Mairiporã conhecida em todo o território nacional, via televisão. Em muitos deles, há pedido de cassação do mandato e inegibilidade. O alcaide tem bens bloqueados (móveis e imóveis) e contas bancárias, enfim, uma situação inimaginável para quem dirige uma cidade. A isso, somam-se processos de cunho pessoal. Até quando conseguirá se sustentar é a pergunta que a população está a fazer.
SINDICATO (I)
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mairiporã segue calado em relação às reivindicações salariais. Nem uma palavra. Uma inaceitável condição que leva a acreditar que ou não há interesse na defesa da categoria, ou mais uma vez (dentre outras centenas) acredita que o prefeito vá fazer algo pelos funcionários.
SINDICATO (II)
Se o sindicato local se cala, o Sindicato dos Contabilistas de São Paulo percorreu caminho inverso e botou a boca no trombone em relação aos salários oferecidos em concurso público para o cargo de contador. E fez uma comparação plausível com a função de coveiro. Ao contador, com exigências de ensino superior, os salários oferecidos são de R$ 1.281,66, enquanto ao coveiro, de R$ 1.159,00, para a mesma carga horária, porém com a necessidade apenas de ser alfabetizado. Uma vergonha para o sindicato local, que não se manifestou sobre o concurso.
SINDICATO (III)
Desde que o Sindicato dos Servidores foi fundado, nenhuma das demandas dos servidores foi aceita ou cumprida pela Prefeitura. O que prevalece são acordos mal feitos, que passam a impressão de esmola. Enquanto sindicatos de prefeituras da região se mostram decididos na defesa de seus representados, o de Mairiporã se mostra letárgico.
NA REDE
Frase que circulou nas redes sociais durante esta semana, tem muito de verdade: “Se não quiser uma cidade suja, não deposite lixo na urna”. É do pensador Mário Sérgio Cortella.
FRASE
A frase que abre esta coluna é perfeita para adjetivar o memorando do presidente da Câmara, barrando os colegas de oficiarem ao prefeito.