Coluna do Correio 16/6/2017

FRASE
“A democracia muitas vezes significa o poder nas mãos de uma maioria incompetente…” (George Bernard Shaw, dramaturgo e jornalista inglês)

CENTRO
Depois que o governo do ex-prefeito Márcio Pampuri interditou o Centro Educacional, que técnicos atestaram em laudo o risco de desabamento, oito meses já se passaram. Mas e daí? Até quando o Centro vai ficar fechado? Quando serão iniciados os serviços para a sua recuperação? Nada se fala, nada se sabe, a Prefeitura finge que o problema não é com ela e sobre ações no Judiciário também não se ouve falar. Enquanto isso, a Secretaria da Educação segue em prédio alugado, cujas despesas são pagas com dinheiro público.

ANIMADO
O secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, em encontro com os vereadores na semana retrasada, se mostrou otimista em relação a melhorar o número do efetivo policial na cidade. A torcida é para que consiga, pois Mairiporã está entregue à criminalidade. Os números, da própria Secretaria de Estado da Segurança Pública, são incontestáveis. Se em algumas ocorrências houve ligeira queda nos últimos dois meses, os furtos e roubos continuam altos e geram total insegurança à população.
COBRANÇA (I)
Em Bragança Paulista os vereadores perderam ação no Supremo e foram condenados a devolver o aumento indevido em seus salários. No caso, R$ 782,15. A briga envolveu a OAB e o Ministério Público contra os vereadores. Encerrado o caso, a imprensa da cidade cobra agora o mesmo empenho dos dois órgãos em relação aos salários de marajá que recebem os funcionários. Assim como em dezenas de cidades, a escala salarial dos servidores vai de R$ 2 mil a R$ 27 mil.
COBRANÇA (II)
Ainda de acordo com a imprensa, o servidor, seja ele de qualquer escalão, não pode ser acusado, culpado, agredido ou penalizado por receber aquilo que a instituição lhe permitiu. Mas que se cobre das Mesas Diretoras que permitiram que essa situação gerasse espanto e discrepância com valores que a iniciativa privada e outros setores públicos pagam.
COBRANÇA (III)
Não será surpresa se, de repente, não mais que de repente, o Tribunal de Contas deitar olhos mais atentos a esses salários de marajá dos servidores legislativos.
COBRANÇA (IV)
Alguns vereadores, saudosos da mídia, tem criticado o jornal por não publicar seus nomes e matérias que apresentam em plenário. O que se viu, até aqui, foram proposituras sem nenhuma relevância que merecessem atenção especial. O que não vamos fazer é dar publicidade a destemperos verbais (nem isso os vereadores sabem fazer), votos de pesar, nomes de rua, tapa-buracos, lombadas, carona em conquistas alheias ou a velha ‘média’ com o eleitor e o prefeito. Isso fica para a TV Câmara, muito embora a audiência seja ‘zero’. Fazer mala direta aos eleitores é uma dica.
PREJUÍZO
Ainda sobre os vereadores, boa parte deles reclama da falta de veículo para uso nos gabinetes, assim como daquela trempa de assessores. Em bom português significa que, além de utilizarem veículos próprios para fazer política, tem que arcar com as despesas de combustíveis e manutenção e até mesmo de motorista. A farra com o dinheiro público na Câmara demorou, mas acabou. Essa demora, no entanto, pode custar o futuro político daqueles que passaram pela presidência da Casa de Leis. A pior dor que um político pode sentir é no bolso.
CRÍTICAS
Os vereadores seguem alvos de críticas por toda a cidade, principalmente pela inércia verificada em plenário. Assim como no governo anterior, não há oposição, não se critica o Executivo nem por determinação divina. Ou seja, temos uma Câmara que referenda aquilo que vem da Prefeitura. Não sem razão, a cidade foi a que menos se desenvolveu na região.
NEM AÍ
Como a coluna revelou na última semana, os vereadores não estão nem aí para as críticas e para a população. O que interessa são os próprios umbigos. O que se lamenta é que os novatos aprenderam rapidamente com os veteranos como é ‘ser vereador’ em Mairiporã.
DEFESA
Três vereadores, na penúltima sessão legislativa, defenderam o ex-prefeito Márcio Pampuri, que se encontrava em plenário, no episódio do novo hospital, alvo de reportagem da Globo, através do Bom Dia SP. Valdeci América e Nil Dantas (ambos do PV) e Marcinho da Serra (PSC) foram os ‘advogados de defesa’ do ex-alcaide.
MAGOOU
A intervenção dos três parlamentares, segundo vozes ouvidas nos corredores do Paço, magoou o atual prefeito. A reação foi imediata e Aiacyda não os recebe em seu gabinete, pelo menos por enquanto. Mas que ninguém sofra por isso. Assim que precisar, manda chamar o trio que, sem pestanejar, irá correndo até o mais refrigerado gabinete do Palácio Tibiriçá.
DESTRAVAR (I)
O caminho obrigatório para se chegar a um novo ciclo de desenvolvimento ainda não foi aberto. Nem é preciso ser economista para essa conclusão. A elaboração de novos projetos, inclusive de investimentos, segue parada e, pelo menos este ano, não há perspectiva de que o quadro mude.
DESTRAVAR (II)
Quem tem que cumprir esse papel é o poder público e atuar para não ser empecilho aos investimentos. Tem que funcionar como regulador entre a engrenagem da economia e os interesses da sociedade.
DESTRAVAR (III)
Praticamente a administração municipal chegou à metade do primeiro ano, período mais que suficiente para que decisões tivessem sido tomadas e ações efetivadas para colocar Mairiporã no caminho do desenvolvimento, mesmo que a passos de tartaruga.
DESTRAVAR (IV)
O prefeito Aiacyda começa a ser questionado em vários segmentos da sociedade, principalmente naqueles que lhe deram suporte para se eleger, sobre o cumprimento das promessas e as mudanças que disse iria fazer tão logo assumisse o cargo. A esta altura, o chefe do Executivo não pode alegar falta de dinheiro e de conhecimento da máquina pública, pois foi duas vezes prefeito e sabia a situação econômica em que se encontravam o País e a cidade.
DESTRAVAR (V)
O que se cobra, de imediato, é mais ousadia, determinação e objetividade nas ações de seu governo, em especial na retomada daquilo que está parado e do que foi prometido. A hora da verdade se aproxima. A conta já está sendo cobrada e coloca a administração eleita no ano passado no vermelho.
HUMILDADE
Um eleitor de primeira hora do prefeito, capaz de brigar por ele nas esquinas da cidade, foi enfático no último final de semana: “O prefeito precisa calçar as sandálias da humildade e também tomar três gotas de óleo de peroba. Seja verdadeiro e fale à população sobre as obras que podem ser feitas ou não”, sentenciou. Para o aiacydista de sempre, o prefeito pode ser bem intencionado, mas precisa “jogar limpo” quando falar do que é possível ser feito.
SANCIONOU
Um ‘brilhante’ projeto do vereador Chinão Ruiz, foi sancionado pelo prefeito. Agora a ‘Corrida de Carrinhos de Rolimã’ passa a fazer parte do calendário oficial do município. Diante da enxurrada de descalabros nesse sentido, oriundos da composição legislativa anterior, essa é só mais uma bobagem que passa a integrar o calendário oficial. O curioso é que a sanção se deu logo após o vereador ter feito defesa enfática da não abertura do novo hospital.
DIFERENÇA
O modo como o governo municipal realiza ações de interesse social na cidade diferem muito daquelas registradas nos municípios vizinhos. Em Atibaia, um desafio solidário movimentou todos os estudantes da rede pública municipal de ensino para a arrecadação de agasalhos e cobertores. Em Mairiporã, fizeram uma ‘noite do caldo’, cuja receita será revertida na compra de agasalhos e cobertores. A Secretaria do Desenvolvimento Social e o Fundo de Solidariedade de Mairiporã, longe da criatividade, vivem de jantares, bailes, e noites disso e daquilo para praticar a solidariedade. Não é condenável, longe disso, mas em última análise não envolve todos os segmentos da sociedade.
VERGONHOSA
Os funcionários públicos municipais consideraram vergonhosa a participação dos vereadores na proposta de reajuste da inflação nos salários da categoria. Também não economizam nos adjetivos aos senhores parlamentares, que não chegaram a discutir o projeto enviado pelo prefeito. Essa conivência da Câmara foi considerada nefasta aos interesses do funcionalismo.
CRACOLÂNDIA
Nada positivo para Mairiporã a classificação obtida no ‘Mapa do Crack’, elaborado pela Confederação Nacional dos Municípios. O nível ‘muito alto’, embora não seja novidade, passou agora a ser de conhecimento nacional. Como sempre, a cidade se faz conhecer por decisões e questões nada nobres.