12 anos de saúde doente

A ociosidade do Hospital Anjo Gabriel, entregue à população há três anos, ao custo de R$ 9 milhões, é o melhor exemplo que se pode dar à administração do prefeito Antônio Aiacyda do que ‘ não faz na área da saúde’ e ao desperdício do dinheiro público. Ao assumir a Prefeitura, em 2017, simplesmente usou um daqueles discursos surrados, que só os incautos acreditam, de que o governo municipal não teria condições de colocá-lo em funcionamento.
O argumento, claramente político, se deveu ao fato de seu antecessor ter adquirido a área e nela erguido o Anjo Gabriel. Com espírito vingativo e sem a grandiosidade que se espera de um governante, deixou o local fechado, transformando-o em depósito de quinquilharias.
Dois anos depois, em outubro de 2018, já pensando em sua reeleição, foi na conversa de assessores e deu apoio ao então governador Márcio França, que tentava a reeleição, e nem por um minuto hesitou em trair seu partido e o candidato tucano João Dória.
A esperteza do prefeito, para minimizar o ‘crime’ de manter o Anjo Gabriel fechado, foi dar seu apoio a França em troca de transformar o hospital em um AME (Ambulatório Médico de Especialidades). E desandou, novamente por insistência de assessores ineptos e despreparados, a pedir votos através das redes sociais. O fim dessa história todos conhecem: França perdeu para Dória, e o eleito não quer ouvir falar em Aiacyda que, expulso ou não, deixou o PSDB.
Desde então o AME é uma promessa jamais cumprida e que custou mais R$ 3 milhões aos cofres da Municipalidade, a título de adaptação do prédio.
Aiacyda é o exemplo pronto e acabado de como governar uma cidade por 12 anos e manter a saúde pública cada vez pior. Seu foco, claro que dentro dos seus limites de visão administrativa, é fazer asfalto. Saúde, no seu entender, é algo secundário, na verdade nunca foi prioridade.
Se o AME será ou não instalado em Mairiporã, ninguém sabe. Se o governador tem intenções de cacifar um prefeito que o traiu, também não.
A única certeza em todo esse imbróglio, é que a maioria da população, que necessita da saúde pública, segue sem o atendimento a que tem direito. Muitas vezes, sem atendimento algum.
A vinda do AME parece um parto complicado (e só para lembrar, partos não são feitos em Mairiporã. Mamães tem que se deslocar às cidades vizinhas).
Essa história de AME é politicagem barata do prefeito, tentativa de continuar no cargo por mais quatro anos. Que Deus se compadeça de Mairiporã.