Depois de 12 anos de um mesmo grupo no poder, e que pretendia se perpetuar nele, o eleitor mairiporanense optou por substituir os inquilinos do Palácio Tibiriçá (expressão usada pelo meu editor ao se referir ao prédio da Prefeitura) pelo próximo quadriênio. E já não era sem tempo.
A cidade perdeu o trem da história ao manter um mesmo prefeito que privilegiou não o que deveria, mas aquilo que se convencionou chamar de perfumaria administrativa. É político, e como tal administrou o município.
É oportuno lembrar aos eleitos (prefeito e vereadores) que a governança se faz pelo desenvolvimento, criatividade, prioridades e sobretudo pela fiscalização. O voto, e isso não pode ser esquecido, não findou após a abertura das urnas. Afinal, foi um compromisso firmado pela coletividade com os eleitos e também é importante frisar que isso já começou a valer logo após o 15 de novembro e não somente a partir da apresentação dos novos ‘contratados’, em 1º de janeiro.
Se o voto é soberano e prevalece a vontade da maioria, isso ficou evidenciado nos resultados das eleições em Mairiporã. Numa tacada só foram trocados o prefeito e o vice e sete vereadores. E os escolhidos têm que ter o entendimento que deve seguir regras para que a cidade possa, enfim, solucionar seus problemas e dar a oportunidade para seus cidadãos da chance de uma vida melhor.
Se a campanha foi de baixo nível, muito pelo desespero de quem agora foi convidado a sair e está de partida, deixou evidenciada ainda mais a vontade soberana da população de se iniciar um novo período na história da cidade.
Mas nunca é demais lembrar: voto tem prazo de validade.
Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988