Num cenário de aceleração das contaminações da COVID 19 pela variante ômicron que, aparentemente, causa menos óbitos, porém tem matado os não vacinados, a volta as aulas das crianças ainda necessita de cautela.
O histórico dessa vacinação traz inseguranças aos pais. Temos um presidente da república negacionistas e seu ministro da saúde claramente criou dificuldades demorando para providenciar as vacinas para as crianças. O que atrasará o retorno as aulas desde que as autoridades atuem de forma responsável.
Até o momento a perspectiva da vacinação das crianças de 5 a 11 anos traz preocupações uma vez que se sabe que haverá menos doses disponíveis do que crianças. O calendário definido pelo Ministério da Saúde para os pequenos corre o risco de sofrer interrupções.
Lembrando, ainda, que a imunização não impede que a doença seja contraída, entretanto, aparentemente com a variante ômicron, os casos não são tão graves para os imunizados. Haja visto que mais de 70% dos atuais hospitalizados com COVID 19 são aqueles que não foram imunizados ou tomaram apenas a 1ª dose.
Nesse cenário muitos pais estão preocupados com esse retorno as aulas. Não é para menos!
A condição ideal seria todos vacinados.
Apesar de na minha carreira profissional frente a gestão escolar não ter enfrentado uma situação semelhante, neste momento, aguardaria todos serem imunizados diminuindo o risco aos pequenos.
Evidentemente, reconheço o prejuízo imensurável na aprendizagem nesse período de distanciamento das escolas, principalmente, na faixa etária até os 11 anos. Somente no retorno das aulas essa lacuna na formação dessa geração pode ser amenizada.
Penso que no retorno a prática docente necessariamente precisa ser reinventada com estratégias adequando as principais necessidades do que ficou para traz num planejamento cauteloso e flexível. Algo que extrapolará um ano letivo modelo tradicional.
Sem essa compreensão a mesmice perpetuará a defasagem no conhecimento dessa geração que nos próximos 10 a 15 anos está incluída no processo produtivo e político.
Especialistas consideram positivo o retorno as aulas com os devidos cuidados com a prevenção de todos já conhecida: uso de mascará, álcool em gel o tempo todo e evitar contato com os coleguinhas. Com a ômicron correndo solta e a lentidão na imunização dos pequenos, não concordo.
Sabe-se que a instituição escolar consegue estabelecer regras de convivência com maior efetividade do que as próprias famílias. A cultura escolar ensina, por exemplo, mais de 20 crianças ficarem boa parte do seu tempo dentro da sala de aula fazendo as atividades propostas pela professora. Coisa que em outros espaços seria impossível, porém sempre há riscos.
Fica o dilema: se esperar a imunização de todas as crianças a defasagem de aprendizagem aumentará e necessário mais tempo para reposição. Por outro lado, se voltar sem todos estarem vacinados os riscos de contaminação são grandes. Enfim, “se ficar o bicho come, se correr o bicho pega”.
Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)