Vidas e economia dependem da efetividade da vacinação

A vacinação contra a Covid-19 está prosperando no mundo. No Brasil os dados, em 4 semanas, por volta de 4 milhões de vacinados. Menos de 2% da população brasileira, indicando a lentidão nessa imunização com menos de 150 mil vacinados por dia. Precisamos de mais vacinas e de vacinar mais rápido.

O SUS tem histórico de vacinação muito mais efetiva. Por exemplo, em 2010 foram vacinados 80 milhões de pessoas contra o H1N1 em três meses, perto de 900 mil pessoas por dia. No PNI, contra a poliomielite, foram vacinadas 10 milhões de pessoas em um único dia, conforme destacou a CNN-SP em 07/01/2021.

Acelerar a efetividade da imunização é uma ação fundamental para salvar vidas, amenizar o isolamento social e as restrições de circulação de pessoas, o que certamente melhora o desempenho econômico do setor de serviços.

O boletim Focus, do Banco Central, considerou que o PIB brasileiro em 2021 chegará a 3,5%. Esse crescimento não supera a retração de 4,5% em 2020 e, provavelmente, esse crescimento dependerá, principalmente, do desempenho do setor de serviços, alertam os economistas.

Aí entra a importância fundamental na evolução vacinal.

Outro fato importantíssimo, do ponto de vista social e econômico, seria a continuidade do auxílio emergencial.  A importância desse auxilio ficou demonstrado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID-19 do IBGE, de maio de 2020, quando impactou em 68 milhões de domicílios, onde vivem 45% dos 210 milhões de brasileiros.

O contexto atual aponta que a pandemia vai se estender, pois, nesse ritmo, a vacinação no Brasil vai demorar o ano todo. Com isso, a retomada das atividades de serviços também será gradativa e o crescimento do nosso PIB deve ficar entre 1% ou 1,5%, segundo avaliam os economistas do Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo da Fundação Getúlio Vargas.

Com a indefinição da prorrogação do auxílio emergencial e, ao mesmo tempo, as aquisições de vacinas no centro de disputas políticas eleitorais entre pretendentes à cadeira da presidência em 2022, o cenário piora significativamente.

As aquisições da vacina, obrigação do Ministério da Saúde (MS), foram confrontadas na última semana por iniciativas de governos estaduais que anunciaram compras diretas de imunizantes alegando vacinar os brasileiros de seus estados diante da demora do Ministério da Saúde. Como fez o governador da Bahia com a vacina russa Sputnik V e o de São Paulo, informando comprar 20 milhões de doses da CoronaVac.

As personas com o poder decisório demonstram de forma burlesca e inconsequente acelerar a vacinação que além de salvar vidas contribui para melhor desempenho da economia do país.

É o que temos para hoje!

Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)