Verdades na Educação no Brasil

Acompanhando a educadora Jamilla Salviano em suas postagens na Liderança Escolar, mestranda na Universidade Federal de Goiás, considerei adequado compartilhar alguns dos seus posicionamentos.
A verdade é que a educação no Brasil não falha por falta de diagnóstico. Ela falha por desinteresse político, de governos que prevaricam optando por investir recursos da educação em contratos de sua conformidade. Ela falha por falta de continuidade nas gestões – anular ações educacionais implantadas com sucesso, comprovadamente melhorando a qualidade do ensino, valorizando a efetividade do desempenho dos profissionais da educação, e ainda uma sociedade que aceita a normalização do caos escolar, mas sabe culpar os docentes sem considerar as baixíssimas condições de trabalho, no dia-a-dia da escola.
Temos professores adoecendo em silêncio. Alunos que aprendem a sobreviver antes de aprender a ler. E gestores escolares sendo pressionados a “dar conta” de tudo, com nada. Os seus docentes ‘atropelados’ pela ‘pedagogia burocrática’ com as plataformas convenientemente contratadas, com os obrigatórios relatórios diários, com alunos de inclusão sem apoio de profissionais especializados em sala de aula em redes regulares.
A escola pública virou em comunidades abandonadas o último bastião de dignidade. E mesmo assim, ela resiste. Resiste porque tem educador que insiste, tem liderança que acredita, apesar de tudo, ainda existem sementes de esperança plantadas todos os dias. Mas não dá mais para tampar o sol com a peneira. O IDEB não melhora com maquiagem de números, mas com ações educacionais permanentes.
Maquiagens numéricas com 100% de participação dos alunos e, ao mesmo tempo, o ‘jeitinho’ de não convidar os alunos com baixo rendimento no dia da avaliação, deve ser investigado por aqueles que tem as prerrogativas fiscalizatórias. No caso da educação pública os membros do Poder Executivo também são fiscalizados pelos membros do Poder Legislativo.
O abandono dos profissionais da educação não se resolve com palestra motivacional, mas resolve a conveniência contratual do gestor que, aparentemente, quer mostrar serviço garantindo sua cadeira. O sofrimento emocional das equipes escolares está sendo ignorado como se fosse detalhe. Um estudo recente mostrou que 29,73% dos professores relataram alguma forma de adoecimento mental, como depressão, ansiedade e estresse. Duras verdades!
A educação precisa de políticas sérias ou levar com seriedade as políticas estabelecidas em leis? Cadê os psicólogos e assistentes sociais nas escolas atendendo suas comunidades? Cadê o profissional especializado para atendimento de crianças com necessidades especiais? Cadê…?
A educação precisa de formação continuada com propósito, de gestão com suporte, de líderes com escuta ativa, e não de marketing nas redes sociais! Concluo, precisamos alcançar o objetivo utilizando o mínimo adequado de recursos nas ações das políticas educacionais, ai vamos entende-las como sérias! Os governantes devem valorizar o capital humano educacional e tomar decisões corajosas de interesse público! Porque não é a falta de recursos que mais destrói uma rede escolar. É a escolha de prioridades de quem a governa!

Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.