A crise da Educação no Brasil envolve a valorização dos profissionais da educação e sua saúde mental. Segundo publicação do vereador Marcelo Dantas de Jacareí SP: “O Brasil pode ser o país da América Latina com maior número de professores com depressão.”
Embora a educação enfrente uma crise global, o Brasil vive um cenário ainda mais grave. A desautorização do professor no país é imensa e sistemática, refletindo um desprestigio que não é apenas uma questão de política, mas de percepção social. Enquanto em muitas partes do mundo os docentes são reconhecidos como agentes de transformação, no Brasil eles se tornaram alvos de críticas e desvalorização.
Os professores enfrentam um sistema que os sobrecarrega, impõe fiscalizações excessivas e os trata como peças descartáveis. A combinação dessa desvalorização com dados alarmantes de saúde mental revela uma realidade preocupante: o Brasil pode liderar a América Latina em índices de professores com depressão.
Uma pesquisa publicada na revista Saúde em Debate revelou que 44,04% dos professores apresentam sintomas de depressão, sendo que 18,98% deles com depressão moderada ou grave.
Quando falamos de valorização dos profissionais da educação tratamos das remunerações e das condições de trabalho. No Brasil foi estabelecido o piso nacional salarial do professor que em 2025 foi definido em R$ 4.867,77, para professores com jornadas de 40 horas semanais, com reajuste de 6,27%. Importante saber que nem todas as redes escolares brasileiras aplicarão o mesmo percentual de reajuste no salário de seus docentes.
O professor é um profissional com curso superior e a média salarial entre todas as profissões com nível superior no Brasil é de aproximadamente R$ 6.619,00, portanto o professor está 26,5% abaixo dessa média, ou seja, esse é um indicador de desvalorização e de falta de reconhecimento da importância da docência.
Sobre as condições de trabalho os professores enfrentam, por exemplo, a inclusão de alunos atípicos em salas de aulas de escolas regulares, sem a estrutura necessária para receber pessoas com necessidades especiais como, por exemplo, contar com Atendimento Educacional Especializado – AEE, conforme a legislação e, também, o professor da classe não recebe formação continuada especifica em Educação Inclusiva. Portanto, podemos concluir que o impacto emocional que o professor vive no dia-a-dia em sala de aula afeta sua saúde metal.
Quando um país adoece seus educadores, compromete o próprio futuro. É essencial que a valorização docente se torne uma prioridade garantindo não apenas respeito que merecem, mas também um sistema que apoie sua saúde mental. Governantes, acredite na força da educação!
Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.