Há muitas décadas, com comportamento que beira a vassalagem, a Prefeitura de Mairiporã banca a maior parte das despesas com o fornecimento de merenda escolar para alunos da rede estadual, cuja responsabilidade é do Governo do Estado.
Em todo o período, que data desde o início dos anos 1980, a contrapartida é praticamente zero, o que torna o município responsável pela prestação do serviço sem receber nada em troca. Nos municípios com prefeitos voltados aos interesses de suas comunidades, esse tipo de relação é muito diferente, o que nos leva a acreditar que todos aqueles que passaram pelo Palácio Tibiriçá ou não tiveram vontade de mudar essa absurda situação, ou simplesmente demonstraram incompetência ao lidar com a questão.
Os recursos dispendidos por Mairiporã com a rede estadual poderiam ser destinados à Educação Municipal, não só em relação à merenda, mas em outros setores, como aquisição de uniformes e material escolar, construção ou reforma de escolas, transporte de alunos, enfim, uma série de outras melhorias voltadas aos alunos.
Se o Estado quer que a Prefeitura banque a maior parte dos custos da merenda à rede estadual, que pague por isso. Não a miséria destinada mensalmente, mas dinheiro que não comprometa os cofres da Municipalidade.
A diferença entre o prefeito daqui e os de outras localidades, está justamente na forma de agir. Aiacyda aceita pagar e nada receber em troca. Já outras cidades, impõem que o governo do Estado pague por aquilo que é de sua competência.
Semana passada o prefeito de Bragança, Jesus Chedid, assinou convênio com Alckmin (ambos são de partidos diferentes) para o município voltar a fornecer merenda aos alunos das escolas estaduais, e como contrapartida vai receber uma creche-escola. Nada mais justo.
Como já escrevemos em outras oportunidades, o governo municipal de Mairiporã é pesado feito um elefante e com velocidade de tartaruga no trato da coisa pública. Enquanto dezenas de municípios em seu derredor se desenvolvem rapidamente, por aqui administrar é sinônimo de patinar.