Tragédia anunciada

Sem vacinas suficientes, mortes e contaminações aceleram e resta aprimorar o isolamento social

Todo o estado de São Paulo deve adotar as medidas previstas na Fase Vermelha do Plano São Paulo neste sábado (6): permitido apenas os serviços essenciais, toque de restrição das 20 às 5 horas diariamente. Detalhes no link: https://www.saopaulo.sp.gov.br/planos

Os noticiários no início desse mês de março, diante da aceleração dos óbitos e de contaminados pela COVID-19, indicam o contexto dessa trágica realidade pandêmica no Brasil.

Na última terça feira (2), os veículos de comunicação informam os 1.726 mortos em 24 horas. Brasil chega 257,7 mil vítimas e vive pior momento da pandemia. Eles se unem diante da necessidade de informar corretamente os brasileiros.

Em junho do ano passado, em resposta à decisão do governo federal de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19, os veículos de comunicação formam parceria para dar transparência a dados de Covid-19. Desde então os jornalistas de G1, O Globo, Extra, Estadão, Folha e UOL passaram a coletar nas secretarias de Saúde, e divulgar em conjunto, números sobre mortes e contaminados, em razão das limitações impostas pelo Ministério da Saúde, informa o G1 notícias.

O ministério da saúde abre mão do protagonismo diante da COVID-19, não apenas sobre informações e dados, mas das decisões estratégicas para o enfrentamento do coronavírus.

Especialistas ocupam espaços para tornar o linguajar cientifico palatável. Virou rotina em artigos, redes sociais, jornais televisivos e impressos as explicações de cientistas e profissionais da saúde.

Na quarta-feira (3) o estado de SP teve 468 mortes por Covid-19 em 24h, maior número desde o início da pandemia, ultrapassando a marca de 60 mil óbitos. Ao mesmo tempo o biólogo e divulgador científico Atila Iamarino, diz à BBC News Brasil: O Brasil adotou uma estratégia ‘genocida’ ao apostar na chamada imunidade de rebanho para combater a Covid-19, o que possibilitou o surgimento de uma nova variante mais perigosa e que vem causando mais mortes”.

A aposta nessa estratégia tem um custo humano, muitas mortes acontecem até a provável imunidade de grupo ocorrer.  Penso que nem essa estratégia o ministério planejou. A má gestão e o desprezo pelo conhecimento cientifico predominam por ali.

A Fiocruz comprova inexistir planejamento no ministério quando9 a ocupação de UTIs ultrapassou 80% em 18 estados e no Distrito Federal, nesta semana. A taxa de transmissão no país aumenta em uma semana, segundo Imperial College, cada 100 pessoas transmitem para outras 113.

Sem as vacinas suficientes para diminuir gradativamente a transmissão do coronavírus e com as UTIs lotadas, especialistas elencam motivos para parar o Brasil por ao menos 2 semanas indicando o lockdown.

Diante da lentidão da vacinação o Congresso Nacional autoriza os governos estaduais e os municipais a comprarem vacinas. Liberada à iniciativa privada, desde que sejam repassadas 50% deias para o SUS.

 

Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)