Trabalhador gasta R$ 35% do salário para almoçar fora de casa

A pesquisa “Preço Médio da Refeição Fora do Lar”, sobre o valor médio de uma refeição completa para o trabalhador brasileiro que almoça fora de casa, revelou que esse gasto é de R$ 46,60. O estudo foi realizado pela Mosaiclab, que mostra ainda que esse valor pode chegar a R$ 80,48 no serviço à la carte, considerando prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café.

Segundo o IBGE, o salário médio no país era de R$ 2.9121,00 em junho de 2023, o que significa que o trabalhador precisa desembolsar 35% do salário médio – cerca de R$ 1.025,20 mensalmente.

De acordo com a pesquisa deste ano, o valor é 14,7% superior ao registrado no ano passado, considerando-se a categoria de autosserviço ou os restaurantes a quilo.

As maiores variações de preço em 2023 ficaram nos serviços à la carte, que registraram aumento de 24%, enquanto o serviço de self-service teve elevação de 20%, revela Levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). Entre os quatro tipos de refeições existentes, a comercial (R$ 34,30) é a mais em conta, seguida pelo autosserviço (R$ 43,24) e o prato executivo (R$ 50,51), segundo a associação.

O Sudeste é a região mais cara para o trabalhador se alimentar, com valor médio de R$ 49,33 por refeição. Já o Nordeste apresenta preço médio de R$ 43,55, acompanhado pela região Sul com R$ 42,81.

Algumas capitais se destacam com os preços mais altos, acima da média nacional: Florianópolis (SC): R$ 56,11; Rio de Janeiro (RJ): R$ 53,90; São Paulo (SP): R$ 53,12 e Natal (RN): R$ 51,86.

O IPCA, índice que mede a inflação, foi de 0,26% em setembro, acumulando 5,19% em 12 meses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O cenário econômico pós-pandemia influencia nos preços repassados para o consumidor. Com o retorno ao atendimento presencial, as empresas prestadoras desses serviços enfrentaram aumento nos aluguéis comerciais e necessidade de novos investimentos, explica Ricardo Contrera, diretor da Mosaiclab.

Na pandemia, parte dos estabelecimentos ficou fechada ou atendendo via delivery. Em 2019, o sistema de entregas equivalia a 60%, já em 2023 se encontra pouco acima dos níveis pré-pandemia, com 44%.

Mesmo assim, o preço ainda não é determinante para a escolha da refeição. O levantamento da ABBT mostra que a conveniência (51%) é uma das principais tendências, enquanto preços e promoções tem 33% de relevância para a população. (Da Redação – Foto: Antônio Cruz/ABR)