Superação: Educação Inclusiva de verdade

A Educação Inclusiva foca incluir alunos com qualquer tipo de deficiência ou transtorno, ou com altas habilidades em escolas de ensino regular. Precisa se tornar uma realidade nas redes públicas na educação básica garantindo que aconteça na prática, ou seja, que aconteça de verdade.

Dados do Censo Escolar demonstram a evolução quantitativa da inclusão escolar. “Em 2020, segundo o Censo Escolar, o Brasil tinha 1,3 milhões de crianças e jovens com deficiência na Educação Básica. Desses, 13,5 % estavam em salas ou escolas exclusivas, e 86,5% estudavam nas mesmas turmas dos demais alunos. Em 2005, o cenário era inverso. Das 492.908 pessoas com deficiência matriculada, a maioria (77%) permanecia em espaços exclusivos para alunos com necessidades educativas especiais – apenas 23% eram incluídas nas salas regulares.” https://lizeseusamigos.org.br/

No Brasil, desde sua implementação pelo Ministério da Educação – MEC, em 2003, como Política Educacional vem superando obstáculos. Sua efetividade em muitos lugares ainda depende de ultrapassar a falta de acessibilidade física nos prédios escolares, de formações adequadas dos educadores e de acesso a dados para nortear políticas públicas.

Especialistas destacam a importância da escola inclusiva no dia-a-dia escolar com a diversidade em sua proposta que se torna proveitosa para todos os envolvidos. A começar com os alunos com deficiência que pode usufruir de uma escola que se propõe ajuda-los com o aprendizado e os outros alunos a possibilidade de aprenderem a conviver com as diferenças sem preconceito e, de forma natural, desenvolver o sentido da ajuda mútua, o respeito e a paciência.

Ao integrar os alunos com deficiência em escolas regulares por meio de uma abordagem humanística a Educação Inclusiva evidencia que cada aluno tem suas particularidades e que elas não devem ser consideradas como um problema, mas como diversidade: o que caracteriza tudo aquilo que é diverso, que tem multiplicidade, ou seja, é tudo aquilo que apresenta pluralidade e que não é homogêneo.

A superação das barreiras para ofertar uma Educação Inclusiva passa, necessariamente, por readequação dos espaços físicos dos tradicionais prédios escolares, a ampliação de conhecimentos, de comportamentos e de responsabilidades dos profissionais da educação e, principalmente, do alargamento do comprometimento dos gestores públicos, notadamente, dos educacionais para fazer acontecer.

Reconheçamos, a evolução do espaço físico dos prédios escolares se mantem da mesma forma há muito tempo. Construídos, em sua grande maioria, sem considerar o acesso de alunos com as mais diversas deficiências. Esperançosos, aguardamos que com o advento da Educação Inclusiva deverão passar a ser ‘pensados’ adequadamente para tal atendimento. E os atuais prédios escolares, evidentemente, necessitam ofertar a acessibilidade necessária para todos a fim de garantir o acesso à Educação Inclusiva.

Outro aspecto que considero fundamental é a preparação da formação dos profissionais da educação para atender a Educação Inclusiva. Daí cabe ao gestor educacional conceber possibilidades especificas para garantir na convivência escolar uma abordagem humanística.

Todos os aspectos aqui elencados não caem do céu, mas da efetividade do comprometimento de todos os envolvidos com a Educação Inclusiva. Há muito a ser acrescentado nas redes públicas da educação básica para se alcançar de verdade a Educação Inclusiva no Brasil. Atenção: a começar pelos municípios brasileiros.

 

Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.