“Todos os dias quando acordo,
não tenho mais o tempo que passou.”
(Renato Russo)
A vida é feita de ciclos. Tudo tem um começo, um meio e um fim, seja nas fases felizes ou nos momentos desafiadores. É importante lembrar que nada é permanente, e essa transitoriedade é uma das características mais marcantes da existência. Entender que tudo passa pode nos trazer conforto e nos ajudar a viver cada experiência de maneira mais plena. Lembro que aprendi logo com a política a frase: “o que é hoje, não é amanhã”. Gramaticalmente mal construída a frase, mas importante para compreender esse contraditório.
Os bons momentos, por vezes nos fazem cair na tentação de desejar que pudessem durar para sempre. Os momentos bons, muitas vezes, são tão intensos que gostaríamos que durassem para sempre: uma risada com amigos, uma conquista, um abraço caloroso…
São lembranças que aquecem o coração, porém, mesmo para essas experiências sempre há um fim, o que não é ruim. A impermanência é que deixa tudo mais especial e digno de ser valorizado.
Por outro lado, quando enfrentamos dificuldades, pode parecer que elas jamais terão fim. Uma perda, um problema financeiro ou um período de tristeza podem ser esmagadores. Mas, assim como os momentos bons, os ruins também têm prazo de validade.
Por mais que, às vezes, a superação pareça distante, o tempo sempre traz consigo novas possibilidades e perspectivas. Se o tempo é o melhor remédio e continuará sendo é válido aprender com as experiências de forma equilibrada. Saber que a felicidade ou a dor são passageiras e nos encorajam a valorizar cada minutinho,
Tenho conseguido viver bem o presente e não ficar tão ansioso como antes. Ao mesmo tempo, não me prendo ao passado e tudo que tenho é o que se descortina hoje e apenas isso. A gratidão é um alento e a ingratidão um cair de máscaras e aprendizagem para melhores escolhas.
Ando mais preparado para lidar com as mudanças, principalmente as inevitáveis ou as que chegam me surpreendendo. Quanta coisa eu acreditei que jamais fosse mudar. Quanta gente eu tinha convicção de que não sairia mais de perto. Portanto, lembrar que tudo passa é um convite à leveza e ao equilíbrio. É um lembrete de que a vida é feita de altos e baixos, mas que nenhum deles é eterno.
Apreciar as alegrias enquanto duram e encarar os desafios com coragem é o que nos permite seguir em frente e crescer como pessoas e para as pessoas. Afinal, o ciclo continua, o melhor vai começar e está logo em frente!
Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”