Sistema Cantareira tem menor nível em 10 anos

Com apenas 21,3% de volume total, o Sistema Cantareira tem nível crítico e ameaça abastecimento de água em 2026, segundo o portal Metrópoles. Especialistas alertam para risco de falta de água no principal reservatório de abastecimento de água do estado de São Paulo, diante desse período de seca.
Recentemente, o Cantareira apresentou o menor nível em quase dez anos. Responsável por abastecer, aproximadamente, 46% da população da Grande São Paulo, não chegava nesse nível desde fevereiro de 2016, quando o sistema apresentou nível de 21,4%. Sem expectativa de chuva, o último mês de novembro tornou-se o 10º mês seguido com precipitações de chuvas abaixo da média esperada.
No início do ano, o sistema Cantareira contava com 60% do volume total disponível diante das chuvas de dezembro de 2024 e de janeiro deste ano. Desde março até o momento, o nível do Cantareira caiu 38,7%.
Desde o fim de agosto a SABESP passou a adotar a redução da pressão da água no período noturno, para diminuir perdas por vazamentos, que acontecem principalmente durante a madrugada. A concessionária informa que a medida está sendo aplicada das 19 horas às 5 horas, em toda a região metropolitana. A ação é preventiva, como objetivo de preservar os reservatórios que abastecem a região.
De acordo com o professor Antônio Carlos Zuffo, da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, o volume baixo é normal para a época do ano. Ele, na entrevista ao Metrópoles, acrescentou, contudo, que o nível crítico e a falta de chuva na primavera preocupam.
Outro artigo de William Cardoso, no final de outubro, anunciou que o Cantareira recebeu menos da metade de água prevista para o mês de outubro. Na verdade, o sistema recebeu cerca de 42% da vazão natural da média histórica de outubro, em meio à ameaça de crise hídrica. Portanto, o sistema Cantareira teria recebido menos de metade da água prevista para o mês de outubro e, com isso, vê agravar a situação que levou a Agência Reguladora de Serviços Públicos do estado de São Paulo – ARSESP a determinar, ainda em agosto, a redução de pressão na distribuição realizada pela SABESP.
Os boletins diários sobre a situação dos reservatórios da Grande São Paulo mostram que o Cantareira recebeu no último outubro 12.360litros por segundo – apenas 42% da média histórica de 29 mil litros por segundo.
Diante dessa situação alarmante, o mesmo William Cardoso da Metrópoles já havia noticiado no início de outubro que a SABESP cogitava usar água tratada de esgoto para abastecer reservatório. Anunciou que a SABESP pretenderia abastecer dois sistemas da Grande São Paulo com 2.800 mil litros de água tratada de esgoto, para aumentar disponibilidade hídrica. Alertou que a medida estava ainda em estudo e serviria para amenizar a situação na região metropolitana de SP.
De acordo com a companhia, a Grande SP tem apenas 10% da disponibilidade hídrica recomendada pela ONU por habitante, menos do que o semiárido nordestino.

Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.