Sindicato diz que Polícia Civil inicia 2024 com déficit de 17 mil profissionais

A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), Jacqueline Valadares, disse em entrevista que a Polícia Civil do Estado inicia 2024 com um déficit de 17.131 profissionais. Segundo a informação, dos 41.912 cargos previstos, que em tese deveriam estar preenchidos, apenas 24.718 estão ocupados, ou seja, apenas 60% do total.

Em 2023, de acordo com os dados, a instituição sofreu 964 baixas, entre aposentadorias, óbitos e exonerações, e nenhuma contratação. Na segunda-feira (8), a Delegacia Geral de Polícia Civil publicou no Diário Oficial a convocação, para apresentação de documentos e de exame médico, dos 368 candidatos aprovados no concurso para delegado de Polícia de 2022.

A presidente do Sindpesp defendeu a nomeação imediata de todos os aprovados neste certame, incluindo os excedentes.

“Esperamos que todos sejam nomeados, inclusive os candidatos excedentes, e numa única chamada, tendo em vista o alto déficit que temos, hoje, na Polícia Civil. Não faz sentido deixar de efetivar todos esses profissionais, ou postergar a nomeação. Estamos com 17,1 mil policiais a menos, que deveriam estar em serviço. É um absurdo”, afirmou a delegada.

Números – De acordo com os dados, em dezembro de 2023, do total de 3.463 cargos para delegados de Polícia no estado de São  Paulo, 2.452 estavam ocupados e outros 1.011 vagos e 4.049 escrivães a menos de um total de 8.912 cargos previstos.

Faltam também 4.288 investigadores, quando deveriam ser 11.957 na ativa, assim como acontece com outros cargos, de acordo com os números do Defasômetro, instrumento com o qual o Sindicato dos Delegados paulista monitora a movimentação de recursos humanos na instituição, seja por aposentadoria, por morte, ou por exoneração.

A delegada também afirmou que “os baixos salários” é um dos fatores que agrava o atual déficit na Polícia Civil.

Apesar do acréscimo médio de 18% no holerite da Polícia Civil, autorizado pelo Estado no segundo semestre de 2023, os delegados de São Paulo começaram 2024 tendo um dos piores salários do País, revelou Jacqueline Valadares. (Da Redação – Foto: GSP)