O prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, lançou na quinta-feira (3) o Plano de Ação Climática do Município de São Paulo (PlanClima SP). Desenvolvido em parceria com a rede internacional de cidades C40, o plano pretende neutralizar as emissões de gases de efeito estufa na capital paulista até 2050.
A C40 reúne megacidades de diferentes partes do mundo que estão comprometidas a enfrentar a mudança do clima. O objetivo dessa rede é incentivar a cooperação internacional entre as grandes cidades do mundo e apoiá-las na adoção de medidas climáticas ambiciosas, tornando o mundo mais sustentável e saudável.
São Paulo aderiu ao compromisso Prazo 2020 – Carta Compromisso do Acordo de Paris, proposta pela C40, em 2018. O plano foi então elaborado e aprovado pela rede em dezembro do ano passado. Somente hoje, entretanto, ele foi apresentado para a população paulistana.
O PlanClima consiste em 43 ações prioritárias, divididas em cinco estratégias: rumo ao carbono zero em 2050 (composto de 18 ações); adaptar a cidade de hoje para o amanhã (composto por 11 ações); proteger pessoas e bens (7 ações); Mata Atlântica, precisamos de você (3 ações); e gerar trabalho e riqueza sustentáveis (4 ações).
Essas cinco estratégias pretendem mitigar as emissões, adaptar a cidade aos impactos da mudança do clima e distribuir igualitariamente para a população os benefícios e ônus dessa mudança.
Dentro da estratégia de neutralizar as emissões de carbono até 2050, a prefeitura propõe ações como a de regulamentar os critérios de eficiência energética nas edificações; tentar reduzir as distâncias entre a casa e o trabalho para diminuir a demanda por transporte; fomentar o uso de bicicleta e substituir a frota de veículos do transporte público por veículos de emissões zero. Já entre as ações para adaptar a cidade estão a requalificação dos espaços públicos para favorecer a caminhabilidade e as atividades ao ar livre; e o mapeamento das áreas inundáveis.
Nas outras três estratégias estão previstas ações como a criação de um Plano de Contingência da Seca; a atualização do Plano de Contingência de Arboviroses; o combate ao desperdício de alimentos; a promoção do plantio de árvores nativas; a proteção das nascentes e dos cursos d’água; e a inclusão de aulas de educação ambiental nas escolas da rede municipal.
Segundo a secretária executiva do Comitê de Mudanças do Clima e Ecoeconomia, Laura Ceneviva, a maior emissão de gás na cidade de São Paulo vem do setor de transporte, principalmente pelo uso de combustível fóssil. Em segundo, vem a energia estacionária, com destaque para emissões decorrentes do consumo de eletricidade. Em terceiro, as emissões do setor de resíduos, como o lixo.
“As ações mais urgentes que a prefeitura de São Paulo tem tomado tem relação natural com a quantidade de emissões que nós temos. O maior setor [responsável pelas emissões na cidade] é o transporte. No caso de ônibus, [temos estimulado] a gestão de trânsito que favoreça a circulação de ônibus e o uso de outros modos de circular pela cidade que não sejam motorizados. Tudo isso já está em uso na cidade”, disse Laura.
Outra ação que a prefeitura paulistana já vem desenvolvendo, informou Laura, é a compostagem, reduzindo o envio de resíduos orgânicos para os aterros. (Elaine Patrícia Cruz/Agência Brasil – Foto: Marcelo Camargo/ABR)