Rodoanel, Mairiporã – alguns números

Em 1998 eu era um adolescente no final do ensino médio e o Brasil perdera a final da Copa do Mundo. Zidane me fez chorar! Há 26 anos se iniciavam as obras para o chamado Rodoanel. Parece que agora, finalmente depois de diversos entraves, o último trecho na parte norte com 44km vai ser concluído e a obra está bastante ligada a nossa cidade. Uma das maiores e mais complexas obras de infraestrutura do Brasil passa bem pertinho de Mairiporã. Um dos idealizadores do projeto foi homenageado tendo seu nome denominado para o complexo de rodovias, que desta forma passou a ser chamado: Rodoanel Mário Covas, que em sua totalidade possui aproximadamente 176,5km de extensão.

O Rodoanel liga toda região metropolitana de São Paulo, interligando as rodovias federais e estaduais. Cerca de doze rodovias se conectam ao rodoanel e com tudo pronto, vai ser possível retirar boa parte do fluxo de locais como a marginal pinheiros e tietê, que para quem precisa a ir a São Paulo com frequência, sabe do sufoco que há em muitos dias e horários. Sem falar no escoamento de cargas dos produtos que vão e vem das diversas regiões do país para o porto de Santos e para a capital, bem pertinho de nós. Pela grandeza desta incrível obra de engenharia, foi preciso dividir o projeto em quadro eixos: Rodoanel Sul, com cerca de 60km de extensão e inaugurado em 2010, Rodoanel Oeste, com 32km de extensão, inaugurado em 2002, Rodoanel Sul, com cerca de 43,5 km de extensão, em funcionamento desde 2014.

Os três trechos já inaugurados funcionam sob concessão. Os valores dos pedágios são semelhantes ao que pagamos para a concessionária que administra a Rodovia Fernão Dias que corta nossa cidade.

O trecho norte vem aí com uma extensão de 44km, o que mais ou menos seria como ir de Mairiporã a Bragança Paulista, para que o leitor tenha uma noção. Iniciado em 2013 esse último trecho “estava de rosca”, como dizemos de um jeito popular. Quando estiver pronto, terá início no bairro de Pirituba, na altura da ponte Raimundo Pereira de Magalhães e vai até a ligação com a Rodovia Presidente Dutra, além de contar com ligação exclusiva para o aeroporto de Guarulhos. Há também um acesso para a Rodovia Fernão Dias e obviamente para nossa cidade. O tráfego em todos os trechos possui velocidade permitida superior a 100km/h e ao menos três faixas de rolamento por sentido. O trecho norte é bem especial, já que existirão 44 pontes, 63 viadutos e 7 túneis. Tudo isso para que por exemplo, fosse possível atravessar a Serra da Cantareira, sem degradar essa nossa reserva da mata atlântica, tão ligada a Mairiporã.

Uma vez finalizado, o trecho norte, estima-se redução de 30 mil caminhões e 50 mil automóveis para a capital e a redução do tempo de deslocamento entre as rodovias da região metropolitana. Entre a Fernão Dias e a Dutra serão 21 minutos. Dutra até Bandeirantes, 26 minutos. Dutra e Castelo Branco em 27 minutos. Fantástico, não é mesmo? O consórcio vencedor retomou as obras em abril deste ano e a entrega total tem nova previsão de entrega para setembro de 2026. O trecho foi concedido por 31 anos e deve gerar 15 mil empregos.

Com a conclusão e interligação de rodovias, será possível para a cidade de Mairiporã dar continuidade ao projeto do Porto Seco, que consiste em uma central de envio de mercadorias para portos e aeroportos. Um Porto Seco na prática funciona como uma estação aduaneira no deslocamento de mercadorias de produtores e importadores. A existência dele reduziria custos, já estamos pertinho do rodoanel e do principal e maior aeroporto do país. O território da nossa cidade é estratégico para as grandes cidades do norte paulista, como Bragança, Atibaia, cidades do Cinbaju e sul do estado de minas Gerais.

O Governo local tem avançado diálogo com o Governo estadual, para a viabilização de área no bairro do Pirucaia e que conta com 5 milhões de metros quadrados. Que esse progresso possa chegar de forma que Mairiporã seja beneficiada e a gente veja o crescimento econômico da cidade de modo sustentável e firmes no compromisso com os objetivos do desenvolvimento sustentável e do compromisso das nações do mundo com a Agenda 2030.

 

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”