Que cardápio!

O eleitor brasileiro vai contar com um cardápio pouco apropriado na escolha do futuro presidente da República, que vai ser feita em 2022. Nunca antes neste País (né, Lula!) tivemos uma renca como a que se anuncia desde já.

De um lado, o atual presidente Bolsonaro, que carrega consigo a teimosia, o destempero e uma plêiade de rebentos que dispensa inimigos. De outro, como principal opositor, o ex-presidente Lula, cuja folha corrida, sobejamente conhecida por toda a Nação, o Supremo Tribunal Federal tenta apagar a qualquer custo.

Há ainda Ciro Gomes, velho conhecido do eleitor, que além do destempero verbal, tem uma verborragia (uso excessivo de palavras e de muita fluência para dizer coisas de pouco ou nenhum sentido ou importância) inapropriada para os brasileiros.

Como neófito, nesse embate, o nome do governador tucano do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que se apresenta como alternativa ao que aí está e logo de cara mostrou que a mentira não faz parte do seu modo de ser, ao escancarar publicamente que é gay. Dentro do PSDB vai enfrentar a descrente figura do governador de São Paulo, João Dória, que não emplaca nem em disputa para inspetor de quarteirão. Seja quem for o indicado, só o será através de prévias.

Até a chegada do prazo final das convenções partidárias, em junho do ano que vem, outros tantos nomes vão surgir, sem condições de êxito é bem verdade, mas ávidos pela boquinha propiciada pelo dinheiro das respectivas agremiações. E são milhões, tirados do bolso dos brasileiros.

Esse cardápio, com as sugestões do que se pode ter para os próximos quatro anos é bastante indigesto, ‘mais do mesmo’ e com muitos ingredientes nada sadios, que em outras oportunidades impôs severa indigestão à maioria dos brasileiros, incautos ou não.

Essa alternativa do governador gaúcho a Bolsonaro e Lula ainda é muito insipiente. Pode crescer ao longo dos meses, mas sabe que vai enfrentar aves de rapina. Um é o atual presidente, que tem a chave do cofre; o outro, que já esteve lá, conhece o ‘caminho das pedras’ e, como ninguém, o cofre.

Um outro nome que no momento está fora desse cardápio, mas que ainda pode fazer parte dele é o do ex-juiz Sérgio Moro. Por enquanto, ainda guarda silêncio.

Seja como for, é apropriado lembrar a frase do escritor português José Saramago, que teria sido dita aos portugueses, mas que adaptada ao nosso País cai como uma luva: “No Brasil não tem partidos de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem para roubar juntos”.