Qual a saída?

De uns tempos para cá tenho lido com mais atenção o noticiário sobre os serviços de transporte urbano, especialmente em nosso Estado de São Paulo. E a coisa vai de mal a pior. E não importa o tamanho da cidade. Das metrópoles até as pequenas e bucólicas aglomerações interior afora.

Claro que Mairiporã não poderia ser exceção, como não é. Experimenta toda sorte de problemas desde que o governo do senhor Antônio Aiacyda, encerrado em 2020, deu início a uma verdadeira bagunça naquilo que passou a ser ofertada aos usuários de ônibus.

Desde então já contabilizamos três empresas (VEM, Rosa e Dinatur) e esta última ainda goza do benefício da dúvida, porém com prazo bem limitado para mostrar a que veio. As duas anteriores pareciam irmãs-siamesas, pois repetiam os mesmos problemas, que iam desde a supressão de linhas, corte de horários e ônibus quebrados, até motoristas que não recebiam e em algum momento paralisavam o trabalho.

Outras cidades também experimentam dos problemas criados por empresas que se mostram ‘competentes’ antes de assumirem o serviço, e que decepcionam pouquíssimo tempo depois. Os empresários dizem que a pandemia foi um dos componentes que mexeu com  o dia a dia dos ônibus, a começar pelos valores das tarifas e queda acentuada no número de passageiros.

Todos tivemos problemas com a pandemia, o que não pode ser desculpa de uso exclusivo das empresas. O que vemos é cidades cujas populações estão iradas com aquilo que lhes é oferecido no transporte para o trabalho, para a escola, para o hospital e para o ir e vir diário, sem que se vislumbre, num prazo curto, soluções que possam ser definitivas.

Empresas de ônibus e prefeituras tem travado embates nada edificantes e que arranham a imagem de ambos: empresários e governantes. Urge encontrar um antídoto e uma saída seria contratá-las através de concorrência pública. Não é um processo fácil, mas ao menos existiriam instrumentos mais eficazes para cobrar e punir infratores.

  

Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988