Aiacyda nem se lembra do que prometeu durante a campanha eleitoral. Uma vez eleito e empossado, segue um receituário muito manjado do qual lançam mão quase todos os seus colegas políticos: memória fraca e estômago forte.
Este 2017 que chega ao fim é o 9º ano de Aiacyda como prefeito da cidade e em nada foi diferente dos oito anteriores, entre 2005 e 2012. O que realmente importa para uma gestão eficaz e o consequente desenvolvimento da cidade passa longe do Palácio Tibiriçá.
Aquilo que tem alto custo político é rapidamente engavetado e fechado a sete chaves. Infelizmente isso não é privilégio de Aiacyda. Todos os seus antecessores também usaram dessa estratégia, certamente pensando em reeleição. E submetida a essa estratégia, a cidade coleciona problemas, alguns insolúveis, e uma economia que patina.
Projetos para adequar a cidade aos novos tempos, como revisões na Planta Genérica de Valores, Código de Obras e de Posturas, dentre outras, são considerados ‘palavrões’ na cartilha do prefeito.
E não há dúvida que essa prática reiterada dos governos municipais, de conquistar a simpatia da população negligenciando a saúde fiscal do município, compromete os já insuficientes investimentos em áreas sensíveis como Saúde, Segurança e Mobilidade Urbana, apenas para citar as mais prementes.
Aiacyda também faz vistas grossas ao Plano de Cargos e Salários dos servidores municipais. Décadas se passaram desde que o assunto foi colocado em pauta. Isso faz com que o servidor receba salários ínfimos (nem é bom comparar com os de outras prefeituras) e que se seja tratado como cidadão de segunda classe ao se aposentar.
Fugir do compromisso de bem administrar a cidade e resolver os seus problemas é descambar para o mais nefasto populismo. Ações importantes, mas que o prefeito considera impopulares, apenas para manter os níveis de aceitação que julga ter neste momento, levam Mairiporã a um atraso inaceitável. A falta de projetos e propostas que equilibrem as contas públicas e revertam em benefício para o povo resulta em cofres vazios e uma população carente de tudo, inclusive de serviços essenciais.
Embora finjam não enxergar problemas, prefeito e vereadores gostam muito de fazer política com o chapéu alheio, mas dificilmente honram os compromissos assumidos com a sociedade, que cada vez mais clama por Saúde, Educação, Segurança e, muito particularmente em Mairiporã, saneamento básico e mobilidade urbana.
O exemplo de Sarkis Tellian, no longínquo ano de 1993, que deu condições à Prefeitura de governabilidade (e não de apenas administrar folha de pagamento), não serviu para seus sucessores. Se o exemplo tivesse prosperado, a cidade hoje não estaria envergonhando seus moradores quando estatísticas sociais e econômicas são divulgadas para todo o País.