Pai: Muito além do nome

A paternidade, quando exercida com amor e verdade, não precisa ser perfeita, precisa ser presente. (Raphael Blanes)

Nem todo pai é igual, mas todo pai deixa marcas. E não falo aqui apenas dos que deram o nome no registro. Falo dos que deixaram pegadas no chão e no coração.
Tem pai que ensina a andar de bicicleta, correndo atrás do filho até soltar o banco e ver a liberdade ganhar forma. Tem pai que é silêncio, mas um silêncio que acolhe, que protege, que está lá. Tem pai que é abraço no fim do dia, que conserta torneira, que ajuda na lição, que ensina a pedir desculpas sendo o primeiro a dizer “me perdoa, filho”.
Também há os que, por alguma razão, não puderam ser presença constante, mas deixaram ensinamentos e sentimentos que nos moldam até hoje. E há os que assumem o papel de pai sem ter laço de sangue: avôs, tios, padrastos, mães que viram “pai e mãe”, irmãos mais velhos… São tantas formas de exercer a paternidade que não cabem só no modelo tradicional.
No corre-corre da vida, a gente às vezes esquece de olhar com gratidão para esses homens que foram ou são porto seguro, conselheiros, parceiros de caminhada. Alguns já partiram, deixando saudade, cheiro de camisa guardada e lembranças que vez ou outra voltam feito brisa. E tudo isso ainda é presença. Porque pai não é só quem está, é quem fica na gente mesmo depois que vai.
Neste domingo, em que vamos comemorar o dia dos Pais, vale mais que uma homenagem nas redes sociais. Vale uma ligação, um café junto, um “obrigado” sincero. E se o seu pai já não está mais aqui, talvez seja um bom momento para lembrar o que dele ficou em você. E, se a relação não foi boa, talvez pensar em como quebrar esse ciclo e ser diferente, melhor.
Agradeço ao meu filho Gabriel que me tornou Pai e, através do meu irmão Revel e do meu sogro Maurício, grandes exemplos de pai e avô, parabenizo todos os pais …
Reflexão – E termino esse texto com lágrimas nos olhos e muita saudade do meu Pai, Quino, que já se foi há 25 anos, mas está sempre presente no meu coração e em tudo que faço Beijão Pai, te amo eternamente… Mais do que dar a vida, ser pai é caminhar ao lado. E mesmo que os passos vacilem, que seja no rumo do amor. Porque no fim das contas, o que mais faz falta… é quem fez presença.

Raphael Blanes é Servidor Público Municipal, formado em Gestão em Saúde Pública, Técnico em Vigilância em Saúde com ênfase no Combate às Endemias, especialista em Gestão Hospitalar, graduando em Filosofia e Psicologia. Instagram: @raphaelblanes Email: blanes.med@gmail.com.