Quando passou por aqui, fez como o pólen que se espalha levado pelo vento e chega longe para florear. Carregava no nome esse verbo encarnado como quem cumpre a missão de ser para significar, como fazem as flores se espalhando nos campos com suas cores e tamanhos ao longe dos horizontes deste solo que quase nunca nota essa beleza florida que alguns carregam nos nomes e que outros fazem brotar no mundo.
Amava seus passos lentos, sabendo onde era preciso chegar. E o desejo de conhecer a grafia, mal sabia que era detalhe, pois já conhecia sem ler e sentia por compreender.
Quando me lembro daquelas tardes, reconheço a epifania daqueles dias. Do milagre de despertar na hora certa. Encontro marcado para o plantio nas horas ocultas estremecendo o diábolos para que o mundo pudesse religare, embalando na manjedoura da generosidade humana o sagrado gesto de florir os corações. E mesmo quando as sementes caiam nas pedras, ter paciência e certeza profética do sepulcro vazio.
Na lápide aqueles anjos que com intimidade me falavam, certamente vieram buscá-la com seu rosário. Suas preces silenciosas tornaram-se cânticos e trombetas para sua chegada.
Floriza que floriu o mundo e floresceu no céu, prepara o caminho deste pobre e que eu também possa um dia olhar com alegria e junto Dele o que plantei nesses meus campos. Amém
Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb