Estudo publicado no Relatório da Democracia 2025, do Instituto V-Dem, ligado à Universidade de Gotemburgo, na Suécia, revelou que as autocracias passaram a ser maioria no mundo, deixando em segundo plano as democracias, uma inversão ao ano anterior.
Para o levantamento, o Instituto considerou que a autocracia é o regime político em que o poder está concentrado em uma pessoa ou grupo político, com pouco ou nenhum controle democrático e liberdades civis e políticas restringidas.
Por outro lado, diz que a democracia engloba eleições multipartidárias, livres e justas, graus satisfatórios de sufrágio, liberdade de associação e restrições judiciais e legislativas ao Poder Executivo são cumpridas, juntamente com a proteção das liberdades civis e a igualdade perante a lei.
Feitas as devidas explicações, a pergunta que cabe e que não quer calar: onde o Brasil se encaixa? Difícil saber neste momento em que os três poderes da República se enfrentam em campo aberto, com sinais claros de que a beligerância irá recrudescer, tamanha a disputa pelo poder absoluto.
Os três poderes, de diferentes formas, impõem suas decisões que quase sempre desembocam no Supremo Tribunal Federal, que vem a ser um dos três protagonistas nesse campo de batalha que se instalou na República e, de quebra, ainda assiste o poder paralelo a comandar inúmeros Estados, caso mais explícito do Rio de Janeiro, onde o que há, ainda que não se queira admitir, uma verdadeira guerra civil entre a sociedade e o crime organizado.
A impressão que nossas autoridades querem passar é que neste País abençoado por Deus e bonito por natureza, tudo são flores, a harmonia reina sobre todos e o respeito às instituições é ponto pacífico. Pena que isso não reflita aquilo que se vivencia diariamente.
Autocracias e democracias são formas de governo que tentam, sem conseguir, traduzir e transformar em realidade o que de fato as pessoas desejam. E pelo jeito que a coisa vai, nessa eterna disputa idiota e sem sentido de ‘esquerda e direita’, ou como preferem alguns, ‘direita e esquerda’, as pessoas seguirão como massa de manobra à espera de um milagre.