A vida com certeza consiste em resolver um problema para alguém em algum lugar todos os dias. Você tem problemas? Todo mundo tem! A vida deu errado hoje? Pois é, dá errado também na minha vida e na vida do seu vizinho. Você pode escolher se fazer de coitado ou começar a resolver. Nem tudo dá certo ou dá errado ao mesmo tempo e viver consiste em navegar nessa onda de altos e baixos.
O grande X da questão está no quanto a gente consegue ter maturidade para olhar para esses extremos com sabedoria. Entender que não é melhor que ninguém quando tudo sai como esperamos e também não considerar que se trata do fim do mundo quando as coisas estão indo por água abaixo. O bom mesmo é respirar a liberdade de entender que o mundo continua sendo redondo e que as posições são transitórias.
Outros virão e daqui a pouco seu trono será preenchido por outro traseiro. Da mesma maneira, coroas estão sendo forjadas e te esperam em um reino que ainda nem sonha que existe.
Filosofia ou fé? Um pouco de tudo eu diria, caro leitor e acredite, eu preciso repetir esses ensinamentos diversas vezes durante o ano e a poucos dias do final deste, ando me exercitando para reaprender a lidar com as vinganças, egos e vaidades. As minhas e a dos corvos. O de Allan Poe repetia: “never more”. Os meus dão tampinhas nas minhas costas para que pelos cantos nem um pouco monossilábicos consigam dar seus passos bovinamente em direção as salas onde se come do fruto da ciência do bem e do mal.
Entenda a hipérbole, amigo leitor. Até hoje as fábulas fazem com que consigamos estabelecer comparações capazes de levar a compreensão do quanto tantas vezes, nas relações humanas, nos assemelhamos as vivências selvagens dos animais em sua trajetória meramente instintiva.
Voltando aos problemas, eu tenho uns. Alguns já estão por aqui há tempos, talvez semanas. Anoto num pedaço de folha branca e a tinta faço o exercício das emergências, de forma que é claro, opte pelos que estão findando o prazo. Caso deste artigo para a redação do Correio.
Nem tudo façamos em cima da hora. O preparo da terra e a fertilização para o plantio também deve ser uma busca, mas as vezes a inspiração chega até próximo do fim. Faça o mesmo e desconsidere o tempo. Simplesmente tome nota como se na ponta da caneta estivesse todo o seu poder e saia calmamente resolvendo os problemas de acordo com as prioridades. Planeje, defina e vá riscando com seu cajado. Eu garanto que muitos, com um pouco de sinceridade e umas mensagens instantâneas, são capazex de solucionar.
Para aqueles que não tem solução, não sofra mais pelo imponderável. Organize o luto e redescubra o que é preciso para ir em frente e descobrindo, vá! Ah, fale um pouco sozinho também. A retorica solitária de uma caminhada derrete umas calorias e faz bem para a alma. Disso os loucos sabem. Os problemas vão e vem. Maluco você é se não esperar Deus.
Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”
