O Natal que queremos

Que o tempo voa até meu filho que está com quatorze anos, esta semana percebeu. Espantado concluiu comigo que segunda-feira já será dia de Natal. Minha mãe falava que o mundo estava mesmo no fim e eu acredito que o ano acelera a partir de setembro. Chegou setembro meu amigo, aproveite fazer o que tem vontade já que a noite de natal chegará em um piscar de olhos. Impressões deixadas de lado, até porque o Sergio Sacani sempre explica que o tempo é relativo. Nesta penúltima edição do ano termino agradecendo o carinho de vocês leitores do Correio. O alcance esse ano foi grande e nunca encontrei tantas pessoas que fizeram questão de dizer que estão lendo esta coluna, o que me deixa imensamente honrado e feliz.

Recebam meu agradecimento na forma de votos sinceros de que sua noite de natal seja realmente de paz. Se a sua paz for ao lado de muitas pessoas, com bastante barulho em uma festa que vare a madrugada, então aproveite. Se a sua paz estiver em uma noite com poucas pessoas, também saboreie com mesma paz e tranquilidade. Que a única certeza seja essa sensação boa no coração: a do nascimento do menino. Que por algum tempo você possa desconsiderar o ambiente à volta e olhar para dentro de si mesmo na certeza do que realmente está sendo celebrado.

Os aborrecimentos devem ser deixados mesmo de lado. Eu adoro essa época e claro que há quem você prefira e deva manter meio longe, mas nem por isso deixe de enviar uma mensagem. Telefone para quem você sabe que precisa da sua atenção. Deseje o melhor, principalmente para os que te observam pondo defeitos nas suas escolhas. Se há alguma rusga com amigos e principalmente familiares, deixa esse orgulho de lado e vá logo desfazer o mal-estar. Por aqui tudo é muito breve e um sopro pode calar sem que você tenha feito enquanto é tempo. A dor de se arrepender é mais amarga que o mais amargo dos medicamentos.

Celebre as vitórias, celebre também as quedas e os dentes quebrados, mas principalmente celebre a vida, lembrando que cada dia por aqui é uma oportunidade. Enquanto suas pernas estiverem fortes e o ar dos pulmões irrigar suas veias, seja capaz de dizer coisas difíceis que a vaidade, o medo e as prisões psicológicas costumam limitar.

É tempo de renovação, acredite! Se a mesa não estiver farta, lembre-se daquele que foi rei mesmo que não houvesse sequer uma instalação para que pudesse nascer e que mesmo assim, seus pais não perderam a fé na esperança representada naquela estrela apontando o lugar.

Que o seu coração seja como uma manjedoura e que o seu olhar para o natal seja o do carpinteiro e da serva preferida a ponto de confiar nas maravilhas de quem amou o mundo a ponto de enviar seu filho e que a palavra colocada jamais volta atrás.

Feliz Natal!

 

 

 

 

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”