O bolso aguenta?

As mais recentes notícias informam que os combustíveis continuam a subir (gasolina, etanol, diesel e gás de cozinha), a água também teve a tarifa majorada e agora a energia elétrica. Isso tudo em meio a uma pandemia crescente e um exército de desempregados que ultrapassou a marca de 14 milhões.

O prenúncio, sem dúvida, é de tempos mais difíceis pela frente e um céu de incertezas. A começar pela falta de resposta das autoridades e de um empresariado que não se recusa a receber um populismo deletério daqueles que estão preocupados apenas com o calendário eleitoral. Na soma disso tudo, um futuro sombrio.

A falta de chuva fez com que a conta de luz, desde o dia 1º, ficasse mais cara, pois com as hidrelétricas sem água a saída foi acionar termelétricas para produzir energia, porém a custos bem mais altos, cujo valor é repassado ao já combalido bolso do consumidor. E não é ruim apenas para as pessoas, mas também para todo o setor da economia, como indústria e comércio.

Os combustíveis, levados em conta os últimos doze meses, tiveram aumentos consideráveis. O diesel, por exemplo, ficou 42% mais caro, a gasolina 44% e o etanol, acredite caro leitor, 75%. Diante desse quadro fica a pergunta: como manter o mínimo planejamento com variações dessa magnitude, muito, muitíssimo acima da inflação acumulada no mesmo período?

Todo ano é a mesma situação quando chegam as fortes estiagens ao fim do verão.

Se não se pode desejar que o governo interfira na política de preços das empresas produtoras e distribuidoras de energia, é mister que desenvolva políticas de abastecimento energético mais sustentáveis e menos impactadas pelas ações climáticas.

Se o bolso dos cidadãos não aguenta tantos aumentos em tempos de ‘vacas gordas’, de economia nos trilhos, que dirá neste momento de desemprego galopante.

Todos precisam de um mínimo de segurança para programar as finanças e o dia a dia.

 

Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988