Novo modelo de gestão da água testa nossa cidadania

O portal dos mananciais da SABESP informa a gestão dos recursos hídricos na região Metropolitana de São Paulo, com dados atualizados diariamente. No último dia 26 de outubro o Sistema Integrado Metropolitano estava com 28,3% de volume de água e no Sistema Cantareira o volume estava 23,8%. Sabe-se que o Cantareira tem capacidade para abastecer cerca de 9 milhões de pessoas da Região Metropolitana de São Paulo- RMSP e pelos dados recentes está com menos de ¼ de sua capacidade.
Vem com uma variação diária com diminuição de 0,2%, ou seja, diariamente diminui 233,46 hm3, ou seja, 233.460.000 m3 que corresponde a 25,94m3 per capta, por dia na RMSP. No mês de outubro choveu apenas 55,6% em relação a sua média histórica.
Com esse contexto, a Agência de Notícias do Governo do Estado de São Paulo, informou o novo modelo de gestão da água em São Paulo, implementado no último dia 24 de outubro, visando a proteção dos mananciais e na garantia do abastecimento da população.
Com sete faixas de atuação de acordo com os níveis de reservação nos períodos de chuva e de estiagem. Tal medida de prevenção na rede tem como base de suas projeções nos próximos 12 meses.
Segundo a secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística – SEMIL, Natália Resende, na apresentação menciona: “Estamos reforçando a transparência sobre o sistema e traçando o planejamento, olhando para o futuro, não só para o curto prazo, mas no longo e médio.
Em 2023, estabelecemos dois eixos principais de estratégia para resiliência climática: o da mitigação e o da adaptação e resiliência. Isso tudo se baseia na transparência e na governança estabelecida”.
Evidentemente, o governo de SP realiza campanha de conscientização para a população economizar água em todo o estado. As 7 faixas de atuação representam etapas graduais de criticidade e orientam quais medidas de contingências serão adotadas em cada cenário.
As Faixas do sistema de monitoramento: Faixa 1 (VERDE): Representa a normalidade, quando os reservatórios operam em níveis seguros. Faixa 2 (AZUL): Sinaliza a necessidade de atenção, com a redução da pressão da água durante a madrugada, oito horas por dia. Na Faixa 3 (AMARELA): Indica uma situação de alerta com redução da pressão da água por um período maior, dez horas por dia.
Na Faixa 4 (LARANJA): Reflete uma situação de alerta crítico, com redução da pressão durante 12 horas por dia. Na Faixa 5 (VERMELHA): Representa uma situação de pré-emergência com restrição no fornecimento de água por até 16 horas por dia. Na Faixa 6 (PÚRPURA): Aponta para uma situação de emergência, com rodízio de água que pode levar a um dia sem abastecimento em um período de cinco dias. A Faixa 7(PRETA): Significa uma situação de colapso, com rodizio de água prolongado.
A faixa 7 está concebida como uma mediada excepcional, a ser adotada apenas quando todas as ações anteriores se demonstraram insuficientes para preservar os volumes nos reservatórios. Ela inclui o rodízio de abastecimento entre regiões, com obrigação de fornecimento de caminhões-pipa para apoio a serviços essenciais.
A metodologia estabelece prazos de estabilidade: as restrições só são aplicadas após sete dias consecutivos dentro de uma mesma faixa e relaxadas após 14 dias de melhora dos indicadores. Particularmente, considero que estamos num momento que testa nossa cidadania, quando devemos exercê-la com consciência dos nossos direitos, mas prioritariamente agora cumprir com os nossos deveres utilizando adequadamente o uso da água nesse momento difícil.

Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.