Dados divulgados diariamente pela Sabesp, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto do Sistema Cantareira, mostram que o nível de armazenamento de água em seus reservatórios caiu a 52% ontem.
O Cantareira é o principal manancial que abastece 7,5 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo, e já se encontra no estado de atenção, quando o nível está igual ou maior que 40% e menor que 60%.
Em 20 dias de setembro, o acumulado de chuva é de apenas 1,0 milímetro, para uma média histórica de 81,2 milímetros, o que reforça a necessidade de uso consciente da água enquanto o cenário de estiagem continuar.
Embora esse patamar não seja considerado crítico no momento, as projeções para os próximos meses não são positivas.
Segundo os especialistas, o prognóstico não é animador, nem mesmo para aa virada do ano, pois os municípios atendidos pelo Cantareira vão enfrentar períodos com temperaturas acima da média, redução nas chuvas e condições similares às que precederam a crise hídrica de 2014.
O cenário de longa estiagem deve ser considerado pelo Governo do Estado e recomendar atenção e medidas preventivas para evitar uma nova crise hídrica.
Sistemas – Outros sistemas que abastecem todo o Estado de São Paulo também recuaram e operam com níveis ainda mais baixos: São Lourenço (53,5%), Alto Tietê (49,1%), Cotia (42,4%), Guarapiranga (39,9%) e Rio Claro, que se encontra em situação crítica, com apenas 27%. Apenas o Rio Grande está acima do considerado normal, com (66,9%).
Níveis – A captação de água do Sistema Cantareira é condicionada ao nível de armazenamento de água do manancial observada no último dia de cada mês. Foram criadas cinco faixas, definidas por uma resolução conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), em 2017, e que devem ser seguidas pela Sabesp: normal, quando o nível do reservatório é igual ou maior que 60%; atenção, quando é igual ou maior que 40% e menor que 60%; alerta, quando está maior que 30% e menor que 40%; restrição, quando é maior que 20% e menor que 30%; e especial, quando o volume acumulado é menor que 20%. Essas faixas orientam os limites de retirada de água do sistema. (Juarez César/CJ – Foto: EBC/Arquivo)