Não muda quem não quer

O amadurecimento é uma oportunidade para aprendermos sobre nós mesmos e sobre os outros. Oportunidade esse que não é via de regra que seja aproveitada. Penso que somos sim capazes de mudar, filtrar nosso comportamento e agir de forma a modificar a direção das coisas. Nossas respostas cognitivas, avaliativas e comportamentais serão modificadas caso a gente tenha interesse em sermos melhores. O aspecto cognitivo diz respeito a pansamentos e crenças. Já a questão avaliativa se refere a padrões emotivos como prazer, repulsa, atração e desprazer. Finalmente pensando no compotamento são justamente os que determinam as formas expressas de agir.

Encontrar um motivo para mudanças talvez seja o grande desafio. Nós mesmos é que precisamos nos motivar e não tercerizar essa responsabilidade. De acordo com especialistas, nossas atitudes são definidas com base em agentes emocionais que moldam comportamentos favoráveis ou não. Em nossa pré-disposição genética, alguns elementos podem se ressaltar mais do que outros e moldar os instintos.

Mudanças ocorrem pela necessidade de se adaptar a novos ambientes e a necessidade de novas posturas para inserção nos mais diversos contextos sociais. Quem não encara isso, trata mal, vive de mal humor e deve sofrer muito, já que no fundo é um solitário. Se pau que nasce torno nunca se endireita, o tempo talvez sirva de remédio em alguns casdos e pode ajudar as pessoas a se modificarem. Na adolescência, por exemplo, a transição faz com que abandonemos alguns hábitos e abracemos outros. A mudança de atitudes pode levar a uma mudança de percepção. O tempo, na verdade, expõe todos nós a uma série de experiências que estimulam alteração de nossa postura. Diante de um contexto social diferente, aquilo que nos foi dado nesse tempo caminha para uma reformulação.

Há quem eu encontro hoje que conheço há anos, já está na casa dos “enta” e com a mesma cara feia de sempre. Não adianta nada, posto que prefere ser amarga. Nesse caso, como dizem os antigos “nem Deus salva quem não quer ser salvo”. Claro, não vai ser pela insignificância de uma chata que desistirei de acreditar em mudanças. Elas fazem parte e acontecem para quem tem fé e que essa fé seja cada vez mais fundamentada em atos do que em palavras.

 

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”