Quem participa um pouco da minha vida ou já leu muito o que escrevo por aqui, sabe da minha paixão pela aviação. Quem gosta um pouco do assunto, deve por exemplo conhecer o Lito, do canal “Aviões e Músicas”. No meu livro, por exemplo dediquei um poema e ele e a esposa Mila, denominado “Asas e Versos”. Pois bem, contextutalizado tudo isso, quero comentar sobre a grande repercussão na semana passada, quando uma aeronave comercial derrapou ao pousar na pista do aeroporto de Florianópolis, no estado de Santa Catarina.
Fico impressionado como não são só as pessoas comuns que fazem qualquer coisa para ter likes e visibilidade. Uma boa parcela da mídia e do jornalismo também se esforça para criar o caos, de maneira que possa vender mais visualizações. Infelizmente uma história mal contada, causa um pavor em muita gente, que acaba pegando um medo danado de voar.
A aviação, principalmente a comercial, é extremamente segura e em um dia normal o número de aeronaves que pousam e decolam pelo mundo pode ultrapassar os 200 mil. No entanto, pouco se fala deste aspecto da segurança. Parece mais conveniente promover pânico, como no caso de Floripa, em que na prática o incidente não provocou nenhum ferimento e que as pessoas desembarcaram em segurança, apesar do susto.
Sei que o fato de nos últimos anos terem guardado a perda de artistas famosos e isso ter gerado comoção, faz com que muitas pessoas passem a ter medo de voar. O dia 3 de fevereiro de 1959 ficou marcado com o título: “The day the music died” , “o dia em que a música morreu”. Acidente aéreo nos Estados Unidos que tirou a vida de três grandes artistas da época, dentre eles o talentoso Ritchie Valens, conhecido por canções com “La Bamba” e “Donna”.
Inesquecível também o acidente aéreo de 1996, que marcou a minha adolescência e que de forma precoce ceifou a vida dos cinco integrantes da banda “Mamonas Assassinas”, além dos pilotos e outros dois colaboradores do grupo. Aliás, foi lendo noticias e me informando a respeito desse acidente que me apaixonei pela aviação.
Grandes tragédias acontecem por pequenos descuidos, mas não se pode questionar o quanto cada trajédia, ao longo da história – e olha que logo no início do século XX a Varig já voava por aqui – cada incidente ou acidente fez com que as vidas não fossem perdidas em vão, já que novas tecnologias, mudanças de procedimentos e todo tipo de melhoria são investidas em milhares de dólares para que outras vidas sejam salvas.
O que me irrita é a tentativa nas redes sociais de colocar medo nas pessoas. Parece que fazem questão de tocar o terror e isso afasta quem poderia usar do benefício dessa máquina maravilhosa para se deslocar pelos céus, chegando em lugares que sempre sonhou. Obvio que particularmente eu, não tenho medo. Se pudesse teria meu próprio avião.
Dificl passar por essa vida sem ter o meu brevê de piloto. A não ser que Deus me leve cedo. Se eu ficar por aqui, ainda vou sobrevoar Mairiporã, acredite! Se eu for embora logo, estarei também lá de cima olhando para vocês, podem ter certeza!
Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”