Mais pessoas, demandas maiores

O Censo 2022 do IBGE, que deveria ter sido realizado em 2020, coleciona uma avalanche de problemas que vão desde a morosidade no trabalho de campo, advinda da falta de recenseadores, até a chiadeira de centenas de municípios que apareceram na prévia divulgado pelo Instituto com número menor de habitantes. E não só cidades, mas também o País.

Os números populacionais são usados pelos governos para estimar o montante de recursos que serão repassados aos municípios. Daí concluir que a chiadeira de agora, de quem viu diminuido o total de moradores, tende a ficar mais barulhenta.

Fica a questão: o resultado divulgado em julho de 2021 foi superestimado ou nem todo mundo foi recenseado de agosto do ano passado até a presente data? De qualquer forma, é bastante provável que o resultado final não seja muito diferente do que o ora divulgado.

Na região, que engloba outras quatro urbes, o total de habitantes ultrapassou 655 mil pessoas. Mairiporã amealhou, considerando-se o Censo Oficial de 2010,  mais 32.617 moradores, que representam um crescimento de de 28%, agora com uma população de 113.573 habitantes. O salto maior, no entanto, aconteceu em Cajamar, que viu sua população crescer 36,9%, passando de 64.114, no censo de 2010, para os atuais 101.500, segundo a prévia de 2022.

Uma análise mais apurada nos dados estatísticos populacionais de Mairiporã, nos últimos 40 anos, revela um crescimento considerável, que certamente trará impactos em inúmeras áreas da administração municipal, especialmente em saúde e educação. A conta é simples: quanto mais pessoas, maior a necessidade de vagas em escolas e consultas médicas. Isso leva preocupação aos gestores, que por outro lado, devem dar prioridade a esses dados divulgados pelo IBGE.

Qualquer tentativa de ignorá-los colocará em risco a eficiência dos serviços públicos. As políticas governamentais devem ser todas baseadas em estatísticas demográficas oficiais.

A região está ficando maior, não resta dúvida. Logo, os gestores precisam abrir os olhos às demandas dessa expansão, indissociavelmente acompanhadas das pressões que desperta no dia a dia administrativo.

O bom senso recomenda que se saiba solucionar uma equação bem simples: se a população ficou maior, as necessidades também.