Mais do mesmo

A cada final de ano, logo após as festividades de Natal, os pensamentos se voltam de forma positiva para o novo ano que promete chegar com mudanças na vida de todo mundo. A expectativa sempre é que os próximos 365 dias serão melhores, em que o mundo cessará as guerras, a paz irá prevalecer e todos, indistintamente, vão conquistar mais saúde, dinheiro e emprego.

Nesse pacote, claro, o desejo de que a classe política crie vergonha na cara e os governantes cumpram aquilo que prometeram quando em campanha eleitoral.

Todos esses ingredientes não são novos. Ao contrário, estão num pacote que todos os anos são oferecidos ao imaginário das pessoas e que nunca se materializam. Longe disso! Guerras começam ou prosseguem, paz é letra morta, governantes e políticos renovam os interesses pessoais e saúde, dinheiro e emprego são conquistas para poucos.

Janeiro está logo aí e quem já está calejado com as questões emanadas do setor público, sabe que nada ou quase nada vai mudar na vida dos cidadãos. Não se trata, evidentemente, de nenhuma projeção ou desejo pessimista. O repetir dos anos nos leva a esperar o mais do mesmo, exceto aquele exército de incautos que ainda espera, primeiro pelo Papai Noel, e depois dos shows de fogos de artifício, uma vida repleta de realizações, como constam das mensagens típicas desta época do ano.

Pelo andar da carruagem (leia-se governo federal) o Brasil vai enfrentar problemas sérios em sua economia em 2025. A previsão é de quem entende do assunto, pois o atual governo esbanjou para além do que recomendava a prudência. O remédio, anunciado há poucos dias, sobre cortes nas contas públicas e nos investimentos, será amargo e seus efeitos irão se refletir nos segmentos organizados da sociedade. E se a coisa em nível federal desandou, certamente vai faltar dinheiro para as outras duas esferas: estadual e municipal.

Não se pede e nem se espera que o ano novo não seja comemorado como tem sido há séculos, ou seja, roupa branca, o pular de ondas no mar, show de fogos, bebedeiras intermináveis, amores passageiros e muita, mas muita esperança. E esse clima, contagiante logo no primeiro dia do novo ano, se estenderá até o reinado de Momo, cujo término está previsto para 4 de março.

E só então, de fato, 2025 vai começar!

Para não ir contra a maré, também fica a nossa esperança que se não tudo, pelo menos uma parcela de mudanças ocorra em benefício da população.