No sábado, 8, foi realizada a campanha do Dia Nacional de Combate ao Colesterol, que no Brasil tem 61,5% de pessoas diagnosticadas com hipercolesteromia (colesterol alto) e tem no tipo LDL (low density protein) como o mais preocupante, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Na maioria das vezes, a doença não apresenta nenhum tipo de sinal, entretanto, quando ela é manifestada, pode levar o paciente ao infarto.
De acordo com cardiologistas e nutrólogos, a função original do colesterol LDL é transportar o colesterol do fígado e do intestino delgado até as células e tecidos, onde ele será utilizado na fabricação da membrana celular, da vitamina D, dos hormônios esteroides e dos ácidos biliares. Porém, quando está em excesso, o LDL se acumula dentro das artérias, dando origem a placas endurecidas formadas por colesterol, gordura e outras substâncias.
“A relação entre alterações do nível do colesterol e a formação de placas de gordura nas artérias desencadeando infarto ou AVC é um dos temas mais estudados e comprovados da Medicina. Essas placas podem obstruir a passagem de sangue pelas artérias, levando a essa doença vascular chamada aterosclerose, que é a principal causa do acidente vascular cerebral (AVC ou derrame) e do infarto, que acontecem quando há um bloqueio no fluxo sanguíneo para o cérebro”, segundo os especialistas.
Para diminuir a quantidade desse tipo de colesterol, o chamado colesterol ruim, cardiologistas enfatizam que é fundamental elevar a quantidade do colesterol bom, o HDL, responsável por fazer o transporte reverso do colesterol, retirando as moléculas que estão em excesso no sangue e nos tecidos para levá-las até o fígado (no sentido contrário do LDL), onde serão processadas para que o intestino possa eliminá-las.
“O HDL também faz uma espécie de limpeza no interior das artérias, removendo o colesterol depositado e diminuindo, portanto, a probabilidade de formação das placas de aterosclerose e suas complicações. Dessa forma, o colesterol HDL tem um efeito protetor do sistema cardiovascular muito importante”, ressaltam.
Para proporcionar esse equilíbrio no organismo e aumentar as taxas de colesterol bom e reduzir as de colesterol ruim, o recomendado é um tratamento baseado em três pilares: hábitos alimentares saudáveis com baixa ingestão de gorduras, atividades físicas regulares e uso de medicamentos.
“Existem casos de colesterol alto por influência genética, mas os hábitos de vida irregulares são a principal causa do problema. Consumo de grande quantidade de alimentos gordurosos e ricos em carboidratos, aliado ao sedentarismo da população, faz com que esses níveis aumentem”, dizem os cardiologistas, motivo para se cortar produtos gordurosos de carne bovina ou suína, embutidos, alguns frutos do mar (camarão, polvo e lula, por exemplo), queijos gordurosos, frituras e doces em geral devem ser evitados ou até eliminados, dependendo do nível do colesterol LDL do paciente.
Na maioria das vezes é uma doença silenciosa com poucos sintomas, que quando não pesquisada através de exames de sangue, descobre-se ser portador do problema já em fase avançada durante um infarto, por exemplo. Por isso, a prevenção através de acompanhamento médico constante, com exames periódicos.